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Por que um dos maiores psicopatas do Brasil pode sair da prisão e que risco ele oferece?

Publicado 27 Mar 2017 – 12:13 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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*Matéria publicada em 27 de março de 2017

Francisco Costa Rocha, mais conhecido como Chico Picadinho, poderá sair da prisão até o fim deste semestre. Ele é um dos psicopatas mais conhecidos do Brasil e está há 41 anos na cadeia por ter assassinado e depois esquartejado duas mulheres em 1966 e em 1976.

A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de execuções criminais de Taubaté, cidade em que ele está preso, explicou em matéria do programa global Fantástico que um motivo foi levado em conta para que a liberdade de Chico Picadinho fosse concedida pela Justiça: ele já cumpriu 11 anos a mais da pena máxima permitida no Brasil (que é de 30 anos, portanto). 

Fato é que Chico Picadinho, hoje com 74 anos, foi diagnosticado com “personalidade psicótica com manifestações sádicas” na época em que cometeu os crimes que marcaram a crônica policial do Brasil. Psiquiatra consultado pelo Fantástico afirmou, ainda, que ele não pode voltar ao convívio social. 

Caso Chico Picadinho

Chico Picadinho era um corretor de imóveis. Em 1966, ele conheceu a bailarina austríaca Margareth Suida, levou-a para casa e, durante ato sexual, estrangulou e esquartejou a vítima. A partir daí, ficou conhecido como o Monstro da Rua Aurora, pois o crime aconteceu nesta rua, no Centro de São Paulo.

Ele foi preso pelo assassinato, mas, oito anos depois, foi solto por bom comportamento. Após dois anos em liberdade, em 1976, fez nova vítima em São Paulo. Nos mesmos moldes do primeiro crime, matou Ângela da Silva, colocando pedaços do corpo dela em malas e sacos.

O crime foi denunciado por um amigo antes de ele sumir com o corpo. Em 1978, Chico Picadinho foi condenado por 20 anos de prisão.

Cumprimento da pena

Em 1998, o psicopata terminou de cumprir sua pena de 20 anos na Casa de Custódia de Taubaté. Ele continua na unidade prisional, entretanto, por manutenção de uma “interdição na esfera cível”, como explicou a juíza ao Fantástico.

A interdição civil – que, neste caso, foi solicitada pelo Ministério Público – considera a pessoa incapaz de realizar atividades do dia a dia. Porém, ela não a submete à esfera criminal, ou seja, a pessoa não deve ser ou permanecer presa. 

Por outro lado, a Casa de Custódia se transformou em um hospital psiquiátrico e de custódia para presos que não têm condições de cumprir pena no sistema prisional comum.

“A permanência dele neste estabelecimento prisional é arbitrária”, pondera a juíza. “Ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos no Brasil. Ele já está há 40 anos”. A decisão da juíza foi acatada pelo Ministério Público.

Agora, ele será reintegrado na sociedade de forma “gradativa”. “Ele já tem um acompanhamento interno na Casa de Custódia. Fora isso, ele vai ter direito a algumas saídas, inclusive para acompanhamento psicoterápico, acompanhado de um funcionário da Casa, no início”, explicou a juíza.

A decisão prevê que a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo deve adequar Chico Picadinho a uma moradia.

Riscos que ele oferece

Consultado pelo programa da TV Globo, o psiquiatra Charles Kiraly, que trabalhou na unidade por mais de 15 anos, avaliou que psicopatas como Chico Picadinho cometem crimes hediondos e em séries, entre outras atitudes, porque “não têm sentimento” e não podem voltar ao convívio social.

A psicanalista Júlia Bárány, formada pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa, explicou ao Vix que psicopatas têm tendência ao crime, se essa for uma forma de ele conseguir o que quer e que, por serem incapazes de sentir emoção, buscam prazer no sofrimento físico, psicológico e emocional de suas vítimas.

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