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Como saber se a carne que você compra está estragada: 3 dicas para identificar

Publicado 20 Mar 2017 – 10:15 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Com as denúncias feitas pela Operação Carne Fraca na última sexta-feira, 17 de março, é importante que, antes de comprar ou consumir, o consumidor saiba identificar características que podem denunciar a carne imprópria para o consumo.

A “ Operação Carne Fraca”, criada para desmascarar crimes na área do agronegócio e da agropecuária, emitiu mandados de prisões depois de encontrar irregularidades nas vendas de carnes, como a adulteração de produtos que já estavam vencidos a partir do uso de uma substância que pode ser altamente cancerígena, mas servia para mascarar a má qualidade: o ácido ascórbico, conhecido como vitamina C.

Em entrevista ao Vix, a nutricionista Gabriela Zugliani ensina a reconhecer a qualidade das carnes de boi, porco ou frango.

Segundo ela, algumas medidas podem ser tomadas para tentar se proteger. Olhar o prazo de validade é o primeiro passo. “Se ela estiver muito perto do vencimento, não compre, mesmo que esteja com um valor menor”, aconselha.

Como identificar carne estragada

Pela cor

As carnes bovinas precisam ter um tom avermelhado. Já as de porco devem ter um leve cheiro de sangue e estar rosadas (não em tom vermelho escuro ou sem cor, por exemplo). Já o frango, "se estiver com a superfície descolorada, amarelada ou com textura viscosa, é um bom indício de que ela deve ir para o lixo”.

Se a carne estiver amarelada, esverdeada ou cinza, não tenha dúvidas: está estragada, afirma a nutricionista. Essas cores indicam que ela tem mofos e bactérias se formando, então, “é melhor não arriscar”, aconselha.

Pela textura

Tocar a carne é outra forma de saber se ela está boa ou não para o consumo. “Quando está passada, ela possui uma textura viscosa, um pouco escorregadia, demonstrando um sinal de que as bactérias já se proliferaram ali”, diz Gabriela.

O frango é mais particular. “Ele pode ser considerado uma espécie de bomba-relógio da cozinha”, alerta ela. “Estraga em cerca de 48 horas, quando conservado cru na geladeira, e seis meses quando congelado. Atente-se para esses prazos e não consuma após ultrapassá-los.

Pelo cheiro

Outra forma mais fácil de saber se a carne realmente está estragada é pelo cheiro. “Nosso olfato nunca nos engana em relação ao cheiro de comida estragada. Se a mesma estiver com cheiro de mofo ou algum odor desagradável, passe longe”, aponta. O frango podre, por exemplo, fica com um odor azedo e forte.

Comer carne estragada: quais os riscos?

De acordo com a nutricionista, carnes estragadas podem transmitir diversas doenças, como salmonela e a bactéria E.coli, que podem gerar problemas como intoxicações alimentares graves.

Se a carne for de má qualidade ou estiver estragada, e tiver sido mascarada com ácido ascórbico (vitamina C), em excesso, ela pode causar uma sobrecarga renal, favorecendo “a formação de cálculos renais, e em casos extremos, levar ao câncer”, aponta ela.

Entenda a “Operação Carne Fraca”

“A Operação Carne Fraca”, criada pela Polícia Federal para desmascarar crimes na área do agronegócio e da agropecuária, como irregularidades nas vendas de carnes, encontrou diversos alimentos adulterados de frigoríficos e várias marcas, como a JBS (maior processadora de carnes do mundo, que controla a Friboi, e a Seara, por exemplo), e a BRF Foods.

Foram encontradas carnes vencidas, sem rótulo, prazo de validade e sem refrigeração. “Armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e,até, putrefatas”, diz denúncia policial.

A investigação ainda busca mais detalhes sobre as fraudes realizadas, mas a Polícia Federal alega que a Peccin Agro Industrial, que comercializa salsichas e linguiças de porco e de frango, adultera carne estragada com uma substância cancerígena, o ácido ascórbico, conhecido como vitamina C, muito usado para manter a cor avermelhada da carne, principalmente em frios, como presunto, salame, mortadela.

O despacho judicial da 14ª Vara Federal de Curitiba esclarece que nem todos os frigoríficos investigados cometeram todas as ilegalidades. A JBS e a BRF negaram qualquer envolvimento e assegura a qualidade de seus produtos, enquanto a Seara não manifestou posicionamento oficial ainda sobre o caso até o momento de publicação desta matéria.

Alguns produtos chegaram a ser recolhidos durante a operação, que dura dois anos e já é considerada a maior operação realizada pela Polícia Federal, conforme dados do  Ministério da Agricultura. São cerca de 1.100 policiais federais que estão cumprindo 309 mandados judiciais em Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Goiânia.

Como conservar a carne?

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