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Alunos do ensino médio produzem remédio contra HIV e AIDS em laboratório de escola

Publicado 8 Dez 2016 – 02:51 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Daraprim, um dos remédios mais utilizados no tratamento da AIDS, do HIV, da malária, toxoplasmose e outras doenças, foi produzido por estudantes de 17 anos, no colégio Sydney Grammar, na cidade de Sydney, na Austrália.

O projeto que contou com apoio da Universidade de Sydney e de membros globais da Open Source Malaria, foi pensado com um objetivo: abaixar o preço do medicamento nos Estados Unidos.

Tudo isso porque o executivo americano Martin Shkreli (foto abaixo), ex-SEO da companhia Turing Farmaceutics, comprou o direito de produzir o Daraprim e aumentou o valor dele de 13 para 750 dólares por comprimido (de R$ 44 para mais de R$ 2500).

Sob supervisão de químicos e professores, 11 estudantes australianos conseguiram reproduzir o ingrediente chave do remédio, a pirimetamina, por 20 dólares (em torno de R$ 68). Eles sintetizaram a 3,7 gramas dela em um laboratório de ciência da escola.

Preço do Daraprim

Nos Estados Unidos, a mesma quantidade custaria cerca de 110 mil dólares. Fora dos EUA, cada comprimido custa cerca de 1,5 dólares. No Brasil, uma caixa com 100 comprimidos pode ser encontrada por volta de R$ 7.

“Parece totalmente injustificado e eticamente errado”, disse James Wood, um dos alunos, em entrevista para o site de notícias da BBC. “É um remédio que salva vidas e tantas pessoas não conseguem compra-lo”.

“Se você consegue obtê-la [a droga] facilmente em escolas, então não tem desculpa para cobrar tanto dinheiro pelo remédio. Especialmente de pessoas que realmente precisam e provavelmente não conseguem pagar”, completou a química Alice Williamson, da Universidade de Sidney.

Mas nada disso foi o suficiente para fazer Shkreli mudar de ideia e voltar atrás quando ao valor do remédio. Ele chegou a postar uma série de comentários em seu Twitter, alegando que o trabalho dos meninos não invalida o preço da medicação.

“Laboratório e equipamentos custam quanto? Eu não sabia que eu podia utilizar químicos para trabalhar de graça? Eu deveria usar as crianças do ensino médio para fazer meus remédios”, disse ele. Veja:

“E por que comprar meu equipamento se eu posso usar o laboratório de graça? E aqueles professores que disseram a eles o que fazer, eles trabalharão de graça, certo?”, completou.

Mas Martin Shkreli não é mais chefe da empresa farmacêutica e não responde mais pelo assunto. Ele foi preso em dezembro de 2016 por alegações de fraudes, acusado de ter um estoque ilegal da companhia biofarmacêutica Retrophin e usar o dinheiro conseguido para fazer transações ilegais.

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