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Ex-BBB que oferece emagrecimento via WhatsApp é denunciada por clientes

Publicado 18 Out 2016 – 06:32 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Participantes do programa #MayraCardiSecaVc, criado pela ex-BBB Mayra Cardi para ajudar pessoas no processo de emagrecimento relatam ter sofrido problemas de saúde, psicológicos e outras dificuldades após terem entrado no projeto.

Os depoimentos foram divulgados pelo Jornal Extra, e destacam que a famosa, que atende seus clientes por WhatsApp, passava a mesma dieta a todos os participantes, independente do peso, altura e condições físicas de cada um.

Em agosto de 2015, o Bolsa de Mulher, canal do Vix.com, publicou uma matéria sobre este projeto, que teria o objetivo de ajudar pessoas a perderem peso por meio de dietas e atividades físicas. Apesar de orientar os participantes quanto à alimentação e à rotina de exercícios, Mayra não tem formação em nutrição nem em Educação Física. Ela é formada em nutrição esportiva nos Estados Unidos.

Na ocasião, conversamos com representantes dos Conselhos Federais de Educação Física e de Nutricionistas para entender se o projeto “de consultoria de estilo de vida baseado em reeducação alimentar” apresentava riscos aos clientes. Veja mais ao final da matéria.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa de Mayra Cardi para pedir resposta sobre essas novas denúncias.

Por WhatsApp, o assessor da famosa adiantou ao Vix que "o caso será resolvido judicialmente" e que Mayra se posicionaria oficialmente em seu site nesta terça-feira (18) sobre o assunto, o que não aconteceu até a publicação desta matéria.

#MayraCardiSecaVc: veja depoimentos

De acordo com o Jornal Extra, a fisioterapeuta Michelle DeSimone, de 31 anos, é uma brasileira que mora nos Estados Unidos e entrou no #MayraCardiSecaVc em maio de 2015. Ela iniciou o processo com 121 kg e teria perdido em torno de 20 kg em seis meses.

“Paguei cerca de R$ 900 na época e estava contente. Porque ela criava grupos no Whatsapp com umas 20 pessoas e dava assistência a todas”, afirmou ao jornal.

Apesar de ter conseguido perder peso, Michele relata que quis processar Mayra por conta do tratamento dado durante o processo de emagrecimento. 

"Tive abalo psicológico com áudios que ela mandava para os outros grupos denegrindo minha imagem, falando que eu comia escondido, falando mal da minha família. Ela falava que comer uma fruta era 'jacada'", contou em entrevista ao Vix. "Tenho áudios e provas de tudo isso".

A fisioterapeuta conta que Mayra fazia "terrorismo". "Não consigo comer banana, por exemplo, tenho medo de engordar. Pelo terrorismo que ela fazia com banana, abacate, etc".

Ao jornal, Michelle relatou que, ao publicar a foto de uma coxinha no Snapchat, Mayra foi ao aplicativo e disse: "Para de comer, sua vaca".

Em outra ocasião, a brasileira relata que reclamou de queda de cabelo à Mayra, questionando se poderia ser falta de vitaminas. "Ela disse que o couro cabeludo também estava emagrecendo, daí a queda".

Ela percebeu ainda que o programa alimentar que Mayra Cardi passou para ela era o mesmo de outros clientes. "Algumas pessoas resolveram abrir um grupo paralelo no WhatsApp. Começamos a trocar informações até descobrirmos que todos tinham a mesma dieta, desde mulheres de 70 kg, eu com mais de 100 kg e outras com 60 kg", contou Michelle ao Vix. 

Entretanto, Michele afirma que, apesar dos problemas, a dieta emagrece, de fato. "Eu emagreci. O que me deixou descontente foi o despreparo dela com o público, a falta de profissionalismo e as informações que ela passa de forma irresponsável para pessoas que não têm base nenhuma de nutrição."

“Ela passava a mesma dieta para quem tinha 70 kg e para quem tinha mais de 100 kg. Achamos aquilo estranho e questionamos. Muita gente pediu o dinheiro de volta”, disse outra participante, a advogada Daniela Alves, à publicação do Jornal Extra.

O jornal ainda apresentou o depoimento de uma mulher, não identificada pela reportagem, que teve dificuldades para amamentar por conta da alimentação orientada por Mayra. “Olho fotos da minha filha na época, desnutrida, magrinha e choro toda vez. Quando posso, alerto a todos sobre este programa”.

Entre outros relatos, há ainda o caso de uma mulher que teve fratura no cóccix e um edema na medula óssea por fazer o exercício indicado pela ex-BBB.

Cardápio exclusivo e treinos

De acordo com o site do projeto, os cardápios são elaborados exclusivamente para o programa “baseados em seus estudos e experiências obtidas”. 

“Cardápios para as mais diferentes necessidades. Nossos cardápios consistem na introdução de alimentos naturais, livres de açúcar, gordura, álcool e conservantes, utilizando o mínimo de industrializados”.

Já os treinos são passados por uma equipe de “personal trainers de alta performance que oferecem treinos específicos para a necessidade de cada cliente”.

Resposta às acusações

O Jornal Extra publicou uma resposta de Mayra Cardi às acusações. 

“Nunca chegou até nós do programa qualquer reclamação ou e-mail relatando isso. Falar é muito fácil. Vai chegar um determinado momento que terão que provar o que dizem. Estou muito tranquila, porque sei exatamente o que estou fazendo”.

“Hoje se entrar no meu Instagram vai ver casos de antes e depois com muito sucesso, atendo vários profissionais de saúde, artistas e atletas. Eu tenho como comprovar que meu programa é um sucesso, também com profissionais da área, que atestam que meu trabalho funciona”.

Como funciona

O programa é feito inteiramente online e dura 8 semanas. Ao Bolsa de Mulher, a assessoria de Mayra afirmou que os treinos e as dicas de alimentação são enviados por e-mail, com base em uma ficha cadastral detalhada, fotos e resultados de exames. As informações foram passadas em agosto.

Depois, por Whatsapp, Mayra ajuda na motivação e ensinando algumas receitas fitness para os clientes dos grupos. O programa ainda prevê três videoconferências com a ex-BBB, cada uma com duração de aproximadamente 45 minutos: na primeira, ela explica como o programa vai funcionar. 

Na segunda, por volta da metade do desafio, ela conversa com o aluno para saber como ele está se saindo e tirar eventuais dúvidas. A última tem a finalidade de avaliar o resultado final.

É perigoso?

Na matéria veiculada pelo Bolsa de Mulher, em agosto de 2015, o coordenador do Conselho Federal de Educação Física, Walfrido Amaral, afirmou que não existe nenhuma regulamentação que impeça a orientação online para treinos físicos. No entanto, o órgão incentiva que este acompanhamento seja feito de forma presencial.

Já a nutricionista Luiza Torquato, do Conselho Federal de Nutricionistas, informou que o órgão veta a prática de atendimento online. 

O programa não tem acompanhamento médico, mas orienta que os participantes procurem um médico de confiança durante o processo. 

Quanto custa?

De acordo com o site do #MayraCardiSecaVc, o investimento é de R$ 1.493. 

Emagrecimento com saúde

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