null: nullpx
eua-Mulher

Afinal, o foguete da Coreia do Norte é para atacar os EUA ou pra ir à lua?

Publicado 27 Set 2016 – 05:32 PM EDT | Atualizado 28 Mar 2019 – 12:30 PM EDT
Compartilhar

Na última semana, a Coreia do Norte divulgou o teste bem-sucedido de um motor foguete de longo alcance, que seria utilizado para colocar um satélite em órbita. O novo aparato, entretanto, colocou os Estados Unidos em alerta pelo fato de a estrutura poder ser usada para o lançamento de armas nucleares. 

Em uma matéria do jornal New York Times (em inglês), as razões do ditador coreano Kim Jong-Un foram para desenvolver um motor foguete foram colocados em xeque: afinal, a Coreia do Norte está se capacitando para alcançar a Lua, estritamente com fins civis, ou está se preparando para um ataque nuclear intercontinental? Quais são as chances de uma guerra nuclear acontecer? E como o motor foguete poderia ser base para lançamento de um míssil em regiões como Nova York e Washington? Entenda estas e outras questões a seguir.

Foguete coreano: qual o objetivo?

As fotos em que o ditador coreano Kim Jong-Un comemora o funcionamento em teste do motor foguete de longo alcance correram o mundo. Nas imagens, feitas em 21 de setembro, ele aparece com uma camisa branca, em um dia ensolarado, sorrindo ao lado de militares norte-coreanos.

A KCTV, rede oficial de TV do país, divulgou mais detalhes sobre o artefato com uma matéria veiculada em seu canal no Youtube:

“Kim Jong-Un visitou o centro espacial Sohae para orientar o teste de um novo tipo de motor foguete de alta potência para o [lançamento de] satélite geoestacionário”, detalhou. “O teste teve como objetivo fazer uma confirmação final do recurso da câmara de combustão, precisão na operação de válvulas e sistemas de controle e confiabilidade estrutural do motor durante 200 segundos de trabalho”.

A emissora explica ainda que o sucesso deste tipo de artefato garantiria o desenvolvimento de um foguete portátil que consiga lançar satélites geoestacionários, isto é, que gira na mesma velocidade que a Terra, com capacidade de observação a nível mundial. Este outro equipamento ficaria pronto em cinco anos, segundo a KCTV. 

Míssil balístico intercontinental

A ideia de um país jogar um míssil em outro, levando tudo para os ares, é apreensível e digna de cenas de cinema. Apesar das ameaças da Coreia do Norte, o lançamento do míssil balístico intercontinental, com um poder de destruição avassalador, ainda demoraria a se realizar.

“Segundo a maioria das estimativas não confidenciais, a Coreia do Norte precisaria de talvez cinco anos para casar seus avanços em mísseis com uma arma pequena e forte o suficiente para sobreviver aos estresses da reentrada na atmosfera em um míssil balístico intercontinental”, relevou o New York Times.

Seja qual for o uso deste potente motor foguete, Kim Jong-un não esconde que conquistar o espaço tem importância política para fortalecer o poder da Coreia. “O desenvolvimento e utilização do espaço é uma importante política do nosso Partido e uma importante obra para a qual o Estado deve se esforçar”, disse, ainda de acordo com a TV.

O que os Estados Unidos pensam disso?

O New York Times considera esse avanço dos programas nuclear e de míssil como uma “ameaça urgente” que deverá ser enfrentada por Donald Trump ou Hillary Clinton na presidência.
A preocupação pode ser ainda maior diante do posicionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas frente aos testes nucleares norte-coreanos (em inglês). Somente neste ano, a entidade condenou quatro outros procedimentos com novos motores realizados por Kim e o uso de tecnologia de míssil balístico pela Coreia. 

Os Estados Unidos também apontam mais três motivos para acreditar que esse foguete tem fins militares:

  • A colaboração de iranianos para a produção do equipamento
  • O avanço no campo nuclear, como aconteceu na China e na Rússia,
  • A inspiração no próprio formato de desenvolvimento norte-americano, com “a criação de um arsenal nuclear que possa ser lançado por aeronaves, silos de mísseis baseados em solo e submarino”, afirmam especialistas ao jornal.  

A vida nos dois países

Compartilhar
RELACIONADO:eua-Mulher

Mais conteúdo de interesse