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Primeira medalha olímpica do boxe é fruto de promessa feita a menina de 2 aninhos

Publicado 17 Ago 2016 – 04:27 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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Os brasileiros se enchem de orgulho a cada medalha de ouro colocada no peito pelos atletas do país nestas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Mas, a vitória do boxeador Robson Conceição, 27 anos, na noite desta terça-feira (16), é especialmente celebrada por, possivelmente, a fã número 1 do atleta. Tudo porque o ouro será um presentão de aniversário para a filha do lutador, Sophia, que completará 2 anos na sexta-feira (19).

Depois de vencer o cubano tricampeão Lazaro Jorge Alvarez na semifinal da categoria até 60 kg, Robson foi com toda sede para levar o ouro em cima do francês Sofiane Oumiha. O público vibrou e outro admirador especial, o ex-boxeador Acelino Popó Freitas, não aguentou a emoção e chorou ao lembrar a trajetória de Robson para chegar até o pódio.

“Não tem como segurar a emoção. Além de ser torcedor, eu sou brasileiro. Fui um estimulador dessa galera. Ele veio lá de Salvador, de um trabalho social. Eu sei bem o que é isso. Eu sou um trabalho social que deu certo. Esse é um trabalho social que deu certo”, disse, durante transmissão pela SporTV.

Robson é o cara de um feito grande: conquistou o primeiro ouro da história do Brasil no boxe. E, hoje, talvez possa dormir mais aliviado (e certamente, feliz!), pelas oportunidades que Sophia terá na vida, bem diferentes de sua história. Conheça mais o boxeador.

Boxeador Robson Conceição: história de vida

Assim como Popó, Robson é de Salvador (BA), e teve uma infância pobre. Ex-feirante e ambulante nos semáforos da Cidade, ele descobriu o boxe como uma paixão na vida. O interesse pelo esporte, entretanto, veio da fama de “brigão de rua”.

“Tive uma infância humilde, guerreira, de correr atrás. Minha família é humilde, mas nunca faltou o pão de cada dia e hoje eu me inspiro muito neles para ter muita garra. Minha cabeça está rodando ainda, lembrando da minha infância trabalhando na feira”, revelou, segundo o site Band Esporte.

“Meu início na seleção brasileira, quando eu morei embaixo da arquibancada e fazia muito frio. Hoje eu pude superar e ser campeão olímpico. Não quero acordar nunca mais deste sonho”, comentou o boxeador depois de se ajoelhar no ringue. 

Trajetória nos ringues

Aos 19 anos, ele participou da primeira Olimpíada, em Pequim, na China, e perdeu na estreia. Em 2011, levou para casa medalha no Pan de Guadalajara, no México.

Foi durante esta competição, aliás, que pediu em casamento a também pugilista Eika Matos. Ele ainda foi para as Olimpíadas de Londres, em 2012, mas, também perdeu no primeiro combate.

Homenagem à filha

Depois de ter garantido o bronze na luta com o atleta do Uzbequistão Hurshid Tojibaev, Robson comentou sobre a promessa que fez à pequena Sophia de “mudar a cor da medalha”.

“Filha, papai ganhou! Promessa é dívida, prometi e cumpri. Agora vou me concentrar um pouco e dar meu máximo para mudar a cor dessa medalha. E vamos para cima com tudo”. 

E, ao que parece, a torcida mirim não é só da filha. Robson publicou no Instagram uma foto de cartinhas que recebeu de crianças incentivando o atleta em sua campanha:

“É com muita emoção e alegria que escrevo aqui, hoje recebi estas cartas de crianças de 6 anos, dizem que se inspiram muito em mim e desejam que eu tenha boas lutas. Estou muito alegre e determinado a lutar muito, e representa-los muito bem. Bom, não tenho como responder às mensagens de todos, pois estou focado, amanhã estreio aqui nos Jogos Olímpicos a partir das 11h45 da manhã. Conto com a energia positiva e vibração de todos. Um grande abraço, estou muito feliz!!!!!!!!.
Obrigado, crianças, vocês são a esperança do nosso país, me sinto honrado de servir a cada um de vocês como espelho e exemplo a seguir!”.

E, se depender do exemplo, podemos apostar que muitas crianças, inclusive Sophia, seguirão os passos do campeão. Alguma dúvida?

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