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Maternidade real: atriz revela problema para amamentar e depressão em relato inspirador

Publicado 6 Jul 2017 – 11:54 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Amamentar nem sempre é tão simples quanto parece, especialmente nos primeiros dias, e os problemas não fazem distinção de idade, experiência ou classe social da mamãe. Muitas mulheres encontram dificuldades nessa fase e fatores ao redor podem influenciar ainda mais. 

A atriz Samara Felippo, que é mãe de duas meninas, Alicia, de 8 anos, e Lara, de 4 anos, compartilhou e relembrou um pouco de sua experiência em uma postagem recente no Instagram.

No relato, ela conta que, depois de um mês do nascimento da caçula, viu seu leite secar. "Nunca falei sobre essa minha experiência e acho importante dividi-la. Quando a Lara nasceu, logo veio minha separação, e consequentemente uma tristeza profunda.  Tinha uma recém nascida pra alimentar, cuidar e uma pequena de 4 anos, que além de cuidar física, precisava dar um suporte psicológico", conta ela. 

De 2008 a 2013, a atriz foi casada com o jogador de basquete Leandro Barbosa, o Leandrinho. O atleta é pai das duas meninas e o casal anunciou o fim do relacionamento poucos meses após o nascimento da segunda. A separação e os desafios da maternidade real fizeram com que Samara percebesse um quadro de depressão pós-parto, que acarretou em uma mudança forte em seu corpo.  

"Já li e ouvi relatos de depressões pós-parto muito mais profundos que o que eu tive, por isso posso dizer que passei por ele ilesa, menos pelo fato de não conseguir amamentar a Lara. Ela mamou apenas 1 mês. Meu desespero em não produzir leite me ajudou a não produzir cada vez mais. Meu peito foi murchando e se saísse uma gota já era lucro", desabafa a atriz.

Produção de leite materno

A produção de leite costuma parar aos poucos e não acontece de um dia para outro. "O que ocorre é uma atitude seguida de outra por alguns dias, o que se torna um hábito e com o passar dos dias, a produção vai diminuindo. Algumas atitudes também podem causar isso, como rígidos horários para amamentar, introdução de leites artificiais e o uso da chupeta. Ou remédios para gripe, hipotireoidismo e uso de anticoncepcionais hormonais, que também interferem na produção", explica Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra. 

A saída encontrada pela atriz foi tentar reaproximar o bebê por meio da relactação, que consiste em dar leite através de uma sonda, mas deixá-lo no peito, para estimular as glândulas e a produção.

"Algumas mães adotivas também recorrem a essa técnica. Dizem que precisa de pelo menos 2 semanas para começar a produzir novamente, mas eu odiei, não sei se a depressão que tive ajudou a odiar, nada era bom, eu não suportei muito tempo. Estava tão destruída, tão f* que desisti", confessa Samara.

De acordo com a especialista, o estresse e a depressão causam falta de vontade e agravam o desconforto, fazendo com que estimular a produção de leite seja ainda mais difícil. "O estresse pode fazer com que haja uma redução no volume de leite produzido, mas inibir totalmente a produção, não. O que ocorre é que amamentar não é fácil. Falta apoio, falta acolhimento", esclarece a enfermeira.

A dica da especialista ainda é o estimulo. "Em casos em que a mulher sinta que a produção está diminuindo é hora de aumentar o estímulo através da livre demanda, quanto mais ela oferecer o seio ao bebê maior será o estímulo e a produção de leite", aconselhou Cinthia. 

Samara ainda quis apoiar outras mães em seu post. "Mães, amamentem, é de extrema importância e vínculo para seu bebê, mas se não conseguirem, façam o que quiserem!!! Tentem e se informem sobre parto natural, tentem não recorrer a uma cesárea desnecessária, mas se não conseguirem, façam o que quiserem! Não se sintam culpadas, teremos muitas 'culpas' pela frente ainda", defendeu na publicação. 

Leia o relato completo de Samara Felippo:

"Hoje, revendo minhas fotos, senti uma vontade imensa de falar sobre translactação ou relactação. Nunca falei sobre essa minha experiência e acho importante dividi-la. Quando a Lara nasceu, logo veio minha separação, e consequentemente uma tristeza profunda. 

Tinha uma recém-nascida para alimentar, cuidar e uma pequena de 4 anos, que além de cuidar física, precisava dar um suporte psicológico. Uma enxurrada de situações novas e tensas numa vidinha de apenas 4 anos. Os pais se separando e uma irmã nova no pedaço. Tirando a atenção que até então era só dela. Enfim... minha única ajuda foi... MINHA MESMO!! Minha mãe, claro, sempre por perto e amigas. Mas eu precisava levantar e ser forte.

Já li e ouvi relatos de depressões pós-parto muito mais profundos que o que eu tive, por isso posso dizer que passei por ele ilesa, menos pelo fato de não conseguir amamentar a Lara. Ela mamou apenas 1 mês. Meu desespero em não produzir leite me ajudou a não produzir cada vez mais. Meu peito foi murchando e se saísse uma gota já era lucro.

Até que alguém me indicou uma técnica que aproxima seu bebê de você nesse período, você ainda consegue evitar a mamadeira e teoricamente estimularia a produção de leite nas minhas glândulas. Algumas mães adotivas também recorrem a essa técnica. Dizem que precisa de pelo menos 2 semanas para começar a produzir novamente, mas eu odiei, não sei se a depressão que tive ajudou a odiar, nada era bom, eu não suportei muito tempo. Estava tão destruída, tão f* que desisti.

Então, em tempos de julgamentos virtuais e covardes, principalmente entre mães, lembrem-se da famosa frase: 'Não lhe compete julgar a realidade que você não vive'.

Mães, amamentem, é de extrema importância e vínculo para seu bebê, mas se não conseguirem, façam o QUE QUISEREM!!! Tentem e se informem sobre parto natural, tentem não recorrer a uma cesárea desnecessária, mas se não conseguirem, façam o QUE QUISEREM!! Não se sintam culpadas, teremos muitas 'culpas' pela frente ainda. Dane-se o que os outros pensam! Mesmo!!!

As vezes nos sentimos oprimidas pela mãe 'Gisele Bündchen'. Você é você e cada uma tem sua dor, sua experiência. Sejam felizes! 

PS: Lara segue ótima!"

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