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Karina Bacchi teve hidrossalpinge: o que é a doença que afeta a fertilidade?

Publicado 17 Fev 2017 – 12:24 PM EST | Atualizado 13 Mar 2018 – 04:42 PM EDT
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A atriz e apresentadora  Karina Bacchi recentemente contou sobre sua gestação, resultado de uma inseminação artificial realizada com sêmen de doador anônimo. Um dos motivos que a levou a escolher o método foi a hidrossalpinge, doença que a acometeu há alguns anos e a obrigou a retirar as trompas, como contou em entrevista à revista Contigo!.

As trompas – ou tubas uterinas – são partes do sistema reprodutor feminino essenciais para a reprodução humana. Quando elas estão comprometidas ou são retiradas, a mulher não consegue engravidar naturalmente. Isso acontece porque é nela que o óvulo e o espermatozoide se encontram e fecundam.

Hidrossalpinge: o que é

A hidrossalpinge é uma doença  que, como explica o médico ginecologista e especialista em reprodução humana Dr. Rodrigo da Rosa Filho, da clínica Mater Prime, de São Paulo, consiste no acúmulo de água nas trompas causado por algum tipo de inflamação ou infecção. “Elas ficam como uma salsicha, inchada, e a água não sai”, exemplifica.

Causas

Embora seja raro – de cada 100 mulheres que têm dificuldade para engravidar, apenas 5 são diagnosticadas com hidrossalpinge – a doença é causada por problemas comuns.

Entres os mais comuns, de acordo com o médico, está a doença inflamatória pélvica, causada por bactérias que afetam também as trompas – sendo a mais comum delas a causadora da clamídia. Mas, a endometriose também pode afetar a região.

Além disso, embora mais raro, a tuberculose e algumas cirurgias ginecológicas com sequelas podem ser causas do problema.

Como a hidrossalpinge se manifesta? Tem sintomas?

Na maioria dos casos, não há como saber se uma mulher tem ou não hidrossalpinge porque, além de não apresentar sintomas – exceto em casos de retenção de água muito grande – ela também não é diagnosticada pela maioria dos exames ginecológicos de rotina. Como explica Dr. Rosa, é por esse motivo que, no geral, somente mulheres que estão com dificuldade para engravidar descobrem o problema. Nas outras, não há nenhuma consequência mais grave ou que mereça preocupação.

“Quando a mulher está tentando engravidar e não consegue, pedimos vários exames específicos, inclusive das trompas. É nesse momento que a gente consegue diagnosticar a hidrossalpinge. Porque, dos exames de rotina, só o transvaginal pode mostrar alguma alteração”, comenta o ginecologista.

Tratamento

Em casos em que a doença é diagnosticada, o tratamento mais comum e indicado é a retirada das trompas. “A gente avalia se as duas ou só uma está cometida e tira porque elas já não estão desempenhando sua função e, além de não ajudar [na fecundação entre óvulo e espermatozoide e no transporte do embrião até o útero] atrapalham até a fertilização in vitro porque o líquido de dentro dela por escorrer para o útero, dificultando a implantação do embrião e aumentando as chances de aborto espontâneo”, explica o médico.

Quem teve hidrossalpinge pode engravidar?

De acordo com especialista, mulheres que possuem apenas uma das trompas comprometidas, embora tenham menos chances, podem tentar engravidar naturalmente. A parte afetada pela doença, no entanto, deve ser retirada para que não atrapalhe a fixação do possível embrião no útero.

Mesmo quando as duas tubas são afetadas e retiradas, ainda há possibilidade de a mulher engravidar através da fertilização in vitro – procedimento em que o especialista coleta o óvulo, junta ele ao espermatozoide fora do corpo, em laboratório, e, depois de formado o embrião, coloca diretamente no útero, para implantação e desenvolvimento.

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