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Vacina de febre amarela: gestantes podem tomar? Como evitar doença? Médico explica

Publicado 16 Jan 2017 – 12:02 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Alguns casos recentes de febre amarela em cidades do interior de Minas Gerais e da Bahia vem deixando as pessoas com medo de uma possível epidemia. Mas afinal, qual é o risco real disso acontecer? E, caso aconteça, qual a melhor forma de se prevenir?

O médico Carlos Ballarati, sócio-fundador do Consulta do Bem, em São Paulo, diz que o primeiro passo é tirar o grau de pânico que está tomando conta da população. "Essa doença já existe há muito tempo no mundo todo, mas a  vacina contra febre amarela é extremamente eficaz e a maior parte da população é vacinada, por isso a doença é altamente controlável. Nem todo mundo que é picado vai desenvolver a doença, o que já restringe a projeção. Ainda está tudo muito controlado", afirma.

Grávida pode tomar vacina contra febre amarela?

Para as grávidas, no entanto, o medo da contaminação é maior, pois a vacina não é indicada para gestantes. "A princípio não se deve vacinar, pois não é algo que foi testado de forma suficiente. Mas, se a gestante estiver no olho do furacão, em regiões de epidemia, cabe ao obstetra avaliar se vale mais a pena o risco da doença ou o risco da vacinação", diz. O ideal é estar sempre com todas as vacinas em dia antes de engravidar.

Ele explica ainda que a febre amarela em gestantes não causa nenhum tipo de problema ao feto. "Dependendo da intensidade da doença pode ser um risco de saúde e de vida para a mãe, mas não para o bebê, como é o caso da zika. A mulher pode ter a doença e evoluir numa gestação normal. O feto não é atingido", afirma.

Tipos de febre amarela

De acordo com o médico, há dois ciclos da doença. O silvestre, que acontece próximo a regiões rurais, quando o mosquito, que não é o Aedes Aegypti, pica um primata  contaminado e, depois, passa para o humano. E o urbano, que é o grande perigo, porque quem transmite pode ser o Aedes, mesmo transmissor de outras doenças como dengue, zika e chikungunya. "Não existe transmissão de pessoa para pessoa. Somente através do mosquito", diz.

A febre amarela pode ter evolução benigna 85% dos casos e em apenas 15% pode ser mais grave. "A pessoa melhora, um dia depois volta a ter febre mais intensa e então pode evoluir para quadros mais graves, insuficiência renal ou hepática e até mesmo vir a óbito", explica.

Vacina e prevenção

A vacina, que é 100% eficaz, faz parte do calendário público de vacinação no Brasil. "A criança quando nasce recebe uma dose nos primeiros meses e outra aos quatro anos. Já os adultos não vacinados devem tomar uma dose a cada 10 anos. Alguns estudos dizem que com duas doses a pessoa já fica protegida para sempre", afirma.

Para tomar a vacina, basta procurar qualquer posto de saúde, se possível levando o cartão de vacinação. Ela é gratuita. Depois de se vacinar, pode haver algum tipo de reação, como pequena dor e vermelhidão no local e um pouco de febre, mas é raro.

No caso das grávidas, o mais importante é que a mulher possa se proteger do Aedes Aegypti e, consequentemente, das doenças causadas por ele. "É a mesma prevenção da dengue e da zika: usar repelente, proteções físicas como calça e meia, e evitar exposição em determinados horários como no início da manhã e no fim da tarde", explica.

Sintomas e tratamento

Os sintomas da febre amarela geralmente demoram de 9 a 12 dias para surgirem. Os mais comuns são dor muscular, febre de 38 ou 39 graus, às vezes vômitos e, mais raramente, diarreia. "É um mal estar geral, como uma infecção gripal. Esses sintomas geralmente duram cinco dias e depois passam", diz.

Ela explica ainda que não existe remédio específico contra febre amarela, mas remédios para os sintomas que ela causa. Também é recomendável caprichar na hidratação. E havendo qualquer sinal, procurar um médico, que saberá fazer um diagnóstico mais preciso e indicar o que for melhor. "Há testes que podem diagnosticar, como hemogramas e outros. E, clinicamente, dá para desconfiar qual é pela intensidade dos sintomas".

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