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Mãe transforma em ajuda quadro que a faz gerar muito leite: volume doado é enorme

Publicado 4 Ago 2017 – 05:23 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 03:06 PM EDT
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Amamentação não é tarefa fácil. É, inclusive, um problema para muitas mães, sobretudo quando não há leite para alimentar seus bebês. Por outro lado, mulheres cuja produção de leite é maior que a necessidade de sua prole podem doar para outra crianças ou bancos de leite.

E se tem alguém que realmente doa seu leite excedente é a norte-americana Elisabeth Keturah Anderson-Sierra.

Mãe com hiperlactação já doou 2 mil litros de leite

Em um depoimento à página do Facebook Breastfeeding Mama Talk, Elisabeth relatou sua atividade como doadora de leite nos últimos dois anos e meio.

Ela produz muito mais leite do que seus dois filhos necessitam e doa todo o restante: metade para outras mães da cidade onde vive, Beaverton (no estado de Oregon), e metade para bancos de amamentação.

Não é pouca a quantidade de leite produzido pela norte-americana, que sofre de hiperlactação. Elisabeth contou que agora, seis meses após o parto de sua segunda filha, bombeia mais de 6,5 litros por dia - muito mais do que a bebê pode consumir.

Nestes dois anos e meio que amamenta, ela contabiliza que já tenha doado mais de 550 galões de leite, o que equivale a mais de 2 mil litros do alimento.

Motivos de Elisabeth para doar

“Quando estava grávida do meu primogênito, comecei a pesquisar a doação de leite. Comecei a bombear uma semana depois de dar à luz e falei com mães doadoras para obter dicas e informações sobre o bombeamento e a doação”, recordou no texto.

Elisabeth conta que agora colabora com bancos de leite e que passou por um processo muito rigoroso para ser aceita - “por um bom motivo”, afirma. “Eu pesquisei o que eles fazem e sua missão, que é ajudar os micro-prematuros. As probabilidades de sobrevivência melhoraram drasticamente quando se alimentam com um leite materno e não com uma fórmula fortificante”, disse.

“Eles também estão envolvidos com a pesquisa de câncer e leite materno, e eu perdi tantos familiares para o câncer. Eu acredito que o leite materno será importante para a investigação sobre a doença”, opinou a doadora.

"Se todo mundo tivesse essa mentalidade, o mundo seria um lugar melhor. Eu sinto que eu já estou fazendo a minha parte", reforçou em entrevista à revista norte-americana People.

Em seu relato, Elisabeth trouxe à tona outra questão muito comentada em sua postagem: doar leite pode ser caro. Claro, monetariamente não se gasta nada para produzir o alimento, mas é necessário aumentar e qualificar o consumo calórico, comprar bolsas e garrafas para armazená-lo e precisa haver refrigeração adequada para o leite, além de outros custos menores citados pela norte-americana.

“Provavelmente o preço mais caro que pago para doar leite é o meu tempo. Gasto muitas horas com a qualificação do meu banco de leite e organizando doações locais. Esta é a hora da minha família, dos meus filhos! Também não posso tirar um dia de folga... nem sequer posso tirar uma bomba!”, desabafou no texto.

De acordo com ela, para cada onça (medida de volume norte-americana que equivale a aproximadamente 30 mililitros) doada, os bancos de leite pagam um dólar, que é tributado. Ela explica que é graças a esse dinheiro que ela consegue custear as doações para as mães necessitadas em sua comunidade.

“Não me queixo. esta é a minha escolha e adoro mesmo o que faço”, concluiu.

O que é a hiperlactação?

A hiperlactação é o quadro no qual a mãe produz mais - ou muito mais - leite do que seus filhos necessitam. Em alguns casos, o leite pode sair de forma desregulada e incomodar a alimentação do bebê, por exemplo, em casos de jatos de leite muito fortes.

Geralmente, a hiperlactação ocorre com mais frequência em mães com muitos alvéolos nas mamas, que são as glândulas produtoras de leite. Pode ser sinal também de desequilíbrio hormonal ou de hiper estímulos emocionais ou sensoriais.

Ou seja, quanto mais a mãe estimula as mamas com bombas de sucção ou com as próprias mãos, mais leite tende a produzir.

Leite de outra mãe é seguro?

Não é toda mãe, contudo, que pode doar leite. Pelo contrário, a prática de amamentação cruzada pode ser muito perigosa para os bebês: o risco de transferência de doenças é altíssimos. O Ministério da Saúde, inclusive, não recomenda a prática de amamentação cruzada e, sim, o consumo de leite dos bancos de leite regulamentados.

"Uma única mamada já é suficiente para expor o bebê ao risco de contrair muitas doenças assintomáticas, aquelas que a pessoa desconhece ser portadora, como, por exemplo, doenças infectocontagiosas: hepatite C, hepatite B ou até mesmo a Aids", disse Sabrina Koerner Pinheiro, coordenadora de enfermagem do Hospital e Maternidade Santa Brígida, em entrevista ao VIX.

Leite materno

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