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Miss Brasil alisava o cabelo por bullying na escola: “Quis mudar para ser aceita"

Publicado 21 Mar 2017 – 06:05 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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O concurso de Miss Brasil existe desde 1954 e já corou 62 mulheres de diversos estados brasileiros. A eleita em 2016 foi Raissa Santana e ela é apenas a segunda mulher negra a receber o título no país.

Miss negra: importância

Com apenas 21 anos, a miss Raissa já entrou para a História e vem servindo de exemplo para muitas meninas. De origem humilde, representante do estado do Paraná não esconde que a sua inspiração vem de sua mãe, que trabalha como doméstica.

Ciente da importância de ter ganhado o título de Miss Brasil, a jovem comemora não apenas a sua vitória, mas também a participação de mais negras no concurso.

“Eu ter ganhado o miss já foi uma coisa que revolucionou, mas não só isso. As seis negras que participaram do concurso foram uma revolução, porque antigamente você via uma negra, como se fosse uma cota, e eu acho isso muito errado”, comenta.

Empoderamento negro 

Para Raissa, a maior presença de negras em um concurso de beleza reflete o momento que estamos vivendo agora.

“O concurso mudou muito e acho que isso reflete muito o dia a dia que a gente está vivendo, que é um momento de empoderamento negro, em que as mulheres estão se empoderando e assumindo o cabelo, a cor, não estão tendo vergonha de se mostrar”, afirma ao ressaltar a importância da representatividade.

Racismo

Representatividade que em sua adolescência foi fundamental para que ela se descobrisse bonita e começasse a gostar de sua aparência exatamente como ela é.

“Foi com a ajuda de amigos, da família e de referências que eu comecei a pensar: ‘Aquela menina tem cabelo cacheado e é bonita, então eu também posso ser bonita’”, diz. “Com isso, eu fui me aceitando e hoje eu me adoro do jeito que sou”, relembra.

Isso aconteceu quando Raissa tinha por volta de 15 anos. Até então, a miss conta que não se aceitava e alisava o cabelo por pressão social.

“Tinha aquela coisa de ser zoada na escola por causa do cabelo, então quis mudar para ver se era mais aceita. Mas depois eu vi que não era aquilo, que se eu me aceitasse, as pessoas também iam me aceitar.”

 Apesar da fama de Raissa ser muito recente, ela já consegue perceber a influência positiva que exerce sobre a vida de meninas. “Eu acho muito legal ver vídeos que menininhas mandam para mim falando que assumiram o cabelo, que gostam do cabelo como é. A gente é uma referência, e precisamos disso, de referência”, comemora.

Combate ao racismo 

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