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Pai cria robô para prevenir doença que matou sua filha e já conseguiu ajudar outros

Publicado 20 Dez 2016 – 12:19 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Laura, a filha do analista de sistemas Jacson Fressato, morreu em 2010, depois de apenas 18 dias de vida. A causa da morte foi sepse, uma infecção generalizada que atinge dois milhões e meio de pessoas no Brasil a cada ano. Desde então, seu pai se dedica à criação de um software capaz de evitar que outras pessoas passem pelo que ele e sua família passaram.

A história de Laura

Em 2010, a filha de Jacson, Laura, nasceu prematura e precisou ficar por 18 dias internada em uma UTI neonatal. A dificuldade em coletar dados dos recém-nascidos internados permitiu que o quadro de sepse, que acometeu dois bebês, passasse despercebido por alguns dias. Um desses bebês era Laura, que morreu apenas algumas horas depois.

O que é sepse?

Em entrevista ao Bolsa de Mulher, a infectologista Glaucia Varkulja, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, explicou que sepse é uma infecção que pode começar em diferentes partes do corpo, como o pulmão ou a pele, por exemplo, e alcança a corrente sanguínea.

Em resposta a essa agressão, o corpo gera uma resposta inflamatória geral com o objetivo de combater a infecção que, em situações extremas, pode alterar a capacidade do próprio organismo em manter a pressão arterial e a frequência cardíaca estáveis, levando, em último caso, à parada cardíaca e morte.

Quanto antes for iniciado o tratamento, feito inicialmente com antibióticos, maiores as chances de recuperação - já que a cada hora que o paciente passa sem diagnóstico, seu risco de morte aumenta consideravelmente. É também indicada a reposição de líquidos e, se necessário, o uso de drogas vasoativas que ajudam a estabilizar o organismo.

Como o Robô Laura previne mortes por sepse 

O Robô Laura, criado Jacson Fressato, acessa os dados no sistema do hospital (até das máquinas do laboratório e resultados de exames) e os registros dos pacientes gravados nesses locais. Isso permite que ele localize e cruze informações que possam ser sinal de sepse.

A partir disso, o robô emite alertas para a equipe assistencial - pode ser na tela do computador da enfermaria ou até mesmo diretamente para o celular de algum integrante do time. O recurso, chamado de "Ansiedade de Laura", vai mudando de cor conforme o risco detectado aumenta.

O software foi implantado no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, e, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, diminuiu o tempo de atendimento médico a casos de sepse em 60% e a média do número de casos de sepse de 1,5 para 0,5 ao mês.

Segundo a reportagem do jornal, ele foi capaz de identificar o quadro em um paciente que não demonstrava sintomas de sepse porque estava sob o efeito de medicamentos que controlavam a febre.

O próximo passo da Laura Networks é implantar o Robô Laura em todos os hospitais filantrópicos do Brasil e, para isso, ela pede doações através de uma campanha online.

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