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Novelas e TV-Zappeando

Quem foi José Bonifácio e como era a verdadeira relação dele com Leopoldina?

Publicado 27 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 03:24 PM EDT
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Grande entusiasta da independência do Brasil, o personagem de José Bonifácio, interpretado por  Felipe Camargo em “Novo Mundo”, entrou na trama da novela das seis para se aliar a Dom Pedro (Caio Castro) contra Portugal – e acabou encontrando em Leopoldina (Letícia Colin) uma verdadeira amiga.

A história do ex-ministro do Brasil retratada na novela de época de Theresa Falcão e Alessandro Marson não é muito diferente do que realmente aconteceu nos anos 1820, mas é claro que ganhou certas adaptações para conquistar os telespectadores.

História de José Bonifácio

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em Santos, São Paulo, em 1763. Foi na capital paulista que ele estudou francês, lógica, retórica e metafísica. Depois de concluir os estudos, mudou-se para Portugal, onde foi matriculado na Faculdade de Direito de Coimbra e passou a frequentar os cursos de filosofia e matemática.

Bonifácio se formou em 1789 e fez uma viagem ao redor do mundo para aprofundar seus conhecimentos em alguns assuntos – como a mineralogia, por exemplo. Durante o percurso, se tornou membro das academias científicas da Alemanha, Áustria, Inglaterra, Suécia e Escócia. Foi nesse período que conheceu e se casou com Narcisa Emília O’Leary, com quem posteriormente teve três filhas.

Em 1800, Bonifácio retornou a Portugal e se tornou professor em Coimbra. Foi em 1808 que Napoleão Bonaparte invadiu o país, o que fez com que a família real fugisse para o Brasil. Bonifácio, então, se tornou um dos líderes do movimento clandestino de libertação do país, o Corpo Voluntário Acadêmico. Quando os franceses finalmente se retiraram, o estudioso voltou a focar na ciência e ficou mais ligado à maçonaria.

Em 1817, quando soube da Revolução de Pernambuco, José Bonifácio voltou ao Brasil, levando consigo toda a sua família. Na época com 54 anos e grande entusiasta da independência do Brasil, se tornou um líder político e assumiu a vice-presidência da Junta Governativa – decreto que estabelecia que as províncias brasileiras fossem governadas por um grupo provisório.

Nessa mesma época, chegou ao Brasil uma ordem para que Dom Pedro retornasse à Europa, e Bonifácio enviou uma ordem ao príncipe regente exigindo que ele ficasse no Brasil. Depois de conversar com os líderes políticos e com a própria princesa Leopoldina, Bonifácio convenceu o príncipe de seu apoio à independência do país.

“Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”, afirmou Dom Pedro após concordar com o político.

Vida política no Brasil

Depois de conquistar a confiança de Dom Pedro, José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e de Estrangeiros. No cargo, lidou com desafios ligados à Maçonaria, à Constituinte do Brasil e ao embargo de armas no País.

A partir de agosto de 1822, Dom Pedro percebeu que as decisões tomadas por Lisboa procuravam reduzir sua autoridade como príncipe regente do Brasil. Por essa razão, resolveu formalizar a independência do Brasil no dia 7 de setembro.

A Assembleia Constituinte começou a trabalhar, oficialmente, em maio de 1823. No entanto, Bonifácio não confiava mais nesse órgão instrucional e ainda tinha uma inimizade com Domitila de Castro, amante de Dom Pedro que exercia grande influência sobre o imperador.

Dom Pedro resolveu forçar a demissão de Bonifácio - que, apesar de tudo, permaneceu na Corte para apoiar o seu irmão, o deputado Antônio Carlos, um dos autores que redigia a Constituição daquela época.

Durante uma das crises políticas brasileiras, Bonifácio e outros deputados foram presos e deportados. O estudioso se exilou no sul da França e voltou ao Brasil apenas em 1829. Em 1831, quando Dom Pedro foi forçado a abdicar, Bonifácio se tornou o tutor legal de seus filhos.

Em 1833, ele foi acusado de tentar promover a volta do ex-imperador, o que resultou em sua prisão e extradição para a ilha de Paquetá. Meses depois, Bonifácio foi absolvido e passou a residir em Niterói, onde morreu em 1838.

Relação entre Bonifácio e Leopoldina

Ao contrário do que assistimos em “Novo Mundo”, nunca houve relatos na história de que José Bonifácio e a princesa Leopoldina tivessem um romance. 

Os dois sempre foram bons amigos e Leopoldina via em Bonifácio uma pessoa com ideais parecidos e uma boa influência política para Pedro e, desse modo, para o Brasil.

Leopoldina, que era imperatriz do Brasil quando Bonifácio foi afastado do governo, sempre lamentou a saída dele, uma vez que era um homem de sua confiança e acreditava que era essencial para o País.

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