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Precisamos falar da Bela de Emma Watson (e de uma semelhança específica entre elas)

Publicado 21 Mar 2017 – 11:14 AM EDT | Atualizado 26 Mar 2019 – 05:29 PM EDT
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Na nova versão de “A Bela e a Fera”, que chegou recentemente aos cinemas, Emma Watson é quem interpreta a protagonista do conto.

Muito foi falado a respeito das exigências que a atriz fez para viver a camponesa: nada de espartilhos, a mocinha empoderada e etc., mas onde tudo isso levou? Com certeza deu origem a uma semelhança inegável entre atriz e personagem.

Emma Watson e Bela: por que elas são tão parecidas? 

Bela 

Bela, que apesar de não ser filha de um rei, será sempre vista como uma “princesa da Disney”, tem atitudes muito modernas para sua época, todas elas vistas com muita estranheza por seus vizinhos.

Além de não gostar nem um pouco de Gaston, o macho alfa do vilarejo, seu maior prazer é a leitura e, no filme, é tachada de louca por querer ensinar uma criança a ler.

Olhando aqui da atualidade, toda essa aversão à vontade de Bela de ensinar crianças a ler e de se instruir parece absurda.

Mas é importante lembrar que a história se passa em meados do século 18, época em que as mulheres eram, de maneira geral, criadas unicamente para ter filhos, cuidar da casa e agradar ao marido, e a educação delas era, se existente, extremamente limitada ao que a sociedade julgava adequado.

Portanto, todas as pessoas que viam Bela com estranheza, só estavam agindo de acordo com a norma da época.

Emma

Voltando para 2017, há um contexto social bem diferente do que se passa no filme, mas com muita coisa ainda a ser conquistada para nos tornarmos uma sociedade justa e igualitária.

Ainda falta, por exemplo, que as mulheres deixem de ser hiperssexualizadas, que sejam mais valorizadas pelo intelecto e que tenham as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho.

Mas ainda existe muita gente que, assim como no filme, acha que isso que não faz sentido e acredita que já vivemos numa sociedade plenamente justa, afinal, nós mulheres já votamos, né?

E, diante desses dois panoramas, é simples perceber que, se existe alguma mulher atualmente que, além de bonita e inteligente como Bela, tem todos os holofotes voltados para si (tal qual uma princesa) e está, através de atitudes e discursos, indo contra a norma, essa mulher é Emma Watson.

E não estamos falando apenas de feminismo – movimento do qual Emma é praticamente uma porta-voz - mas também de seu discurso contrário ao consumismo e a favor da moda consciente, por exemplo.

O filme 

Há outros elementos no filme que flertam com esse discurso moderno que aparentemente não é só de Emma, mas também da direção, dos roteiristas e do restante do elenco e equipe do filme.

Um desses momentos acontece quando o guarda-roupas Garderobe veste três brutamontes com trajes típicos de mulheres e brada “sejam livres” - e um desses homens acaba gostando de ser travestido. Ou ainda ao mostrar como o personagem LeFou, capanga de Gaston, lida com sua sexualidade e com uma provável descoberta da homossexualidade.

Não dá para saber quem veio antes. Foi Emma que escolheu esse papel ao perceber que ele poderia refletir tão bem suas ideias ou foi o papel, já revolucionário, que tornou Emma a melhor escolha possível? Emma Watson deu uma dica ao dizer, em entrevista, que: “De um modo estranho, ela [Bela] desafia o status quo do local onde ela mora, e descobri que isso é realmente inspirador”.

A Bela e a Fera

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