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Dieta do HCG: o que é o método que usa hormônio da gravidez para emagrecer?

Publicado 17 Fev 2017 – 02:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A dieta do hormônio da gravidez é um método de emagrecimento polêmico que promete a perda rápida de peso e a manutenção da massa magra. Seu segredo são as aplicações de Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG), que é a substância produzida por gestantes. O procedimento, que é acompanhado por uma dieta restritiva, também divide opiniões entre especialistas - alguns apoiam seu uso e outros o condenam.

O que é a dieta do HCG?

A dieta do HCG baseia-se em um cardápio com pouquíssimas calorias, além de injeções do hormônio da gravidez. Esse composto aparece naturalmente em gestantes e é responsável pelo desenvolvimento do bebê. Seu uso para o emagrecimento foi inventado em 1950 por Albert T. W. Simeons, endocrinologista inglês que notou que a aplicação de doses em obesos reduzia o sobrepeso.

Como é feita

Aplicação das injeções

Indicadas para quem busca um emagrecimento rápido, as injeções são aplicadas diariamente pela própria pessoa que quer emagrecer, o que reforça ainda mais a necessidade da orientação médica. Durante o tratamento do HCG para emagrecer também é reduzida a prática de atividades físicas em 40%, mantendo exercícios que não possuam muito impacto, como caminhada, spinning e musculação.

A duração desse processo varia de acordo com a quantidade de quilos que precisam ser perdidos, conforme explica Caio Henrique Cavalcanti, médico especializado em nutrologia e longevidade. "Pode durar 23 ou 45 dias e sempre precisa ter o auxílio de um especialista para que ele acompanhe e oriente o processo, evitando riscos".

Alimentação

A dieta do hormônio da gravidez é dividida em quatro fases e pode durar até 45 dias. Veja:

Primeira fase: dois dias em que a alimentação não tem restrições.

Segunda fase: reduz drasticamente as calorias, que giram em torno de 500 a 900, e insere a água demasiadamente. 

Terceira fase: após o período estipulado pelo médico, inicia-se a fase 3, que prevê a alimentação de até 1.500 calorias, com abundância de gorduras boas e proteínas magras.  

Quarta fase: a glicose é reinserida aos poucos na alimentação e o peso é controlado a fim de que não ocorra o efeito sanfona.

O que pode comer

Segundo o médico Caio Henrique Cavalcanti, as refeições principais da dieta do HCG são formadas majoritariamente por proteínas magras, legumes, hortaliças, verduras e frutas pouco calóricas, todas com quantidades controladas e previamente estabelecidas pelo especialista.

O sal comum é substituído pelo sal rosa e o açúcar por alguns  tipos de adoçantes, como sucralose e stevia.

As bebidas recomendadas são: ao menos 5 litros de água, chás, suco de limão e sucos industrializados indicados pelo especialista. Já a única sobremesa permitida, exceto as frutas, é a gelatina zero.

Além disso, durante todo o processo é proibido o uso de cosméticos e cremes hidratantes, pois eles podem interferir na perda de gordura corporal.

Funciona?

Apesar de não haver comprovação, há quem garanta que as injeções de HCG funcionam. Todavia, existem profissionais que afirmam que o hormônio não causa os efeitos e que eles seriam, na verdade, resultado da dieta hipocalórica. 

O médico especializado em nutrologia e longevidade Caio Henrique Cavalcanti defende que o baixo número de calorias faz com que o corpo estimule a queima de gordura para compensar. Além disso, o tratamento evita a destruição de fibras musculares, preservando a massa magra.

Efeitos colaterais

O endocrinologista José Henrique Castro é contra o tratamento, já que não há bases científicas que o comprovem. Ele cita o posicionamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia que afirma que o uso incorreto do hormônio pode causar trombose venosa e arterial, doenças que estão relacionadas a infarto, derrame e embolia pulmonar, além de dores de cabeça, depressão e agressividade. O profissional também cita a possibilidade aumentada do risco de cistos, ginecomastia - que é o aumento de mamas em homens. Além disso, como a dieta consiste em um baixíssimo consumo de calorias, há pessoas que se sentem fracas. 

Já Caio Henrique Cavalcanti explica que não há estudos que comprovem estes efeitos colaterais, todavia, essa dieta restritiva requer acompanhamento médico, que também deve avaliar a necessidade do tratamento ou indicar outro. 

A dieta do HCG não deve ser feita por mulheres no período menstrual e pessoas com alguns tipos de câncer, como o hipotalâmico e de mama, alergia ao HCG, gravidez ectópica recente, problemas cardiovasculares e pacientes com outras doenças. 

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