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Estes absurdos falados dentro do BBB estão revoltando muita gente

Publicado 29 Jan 2019 – 04:16 PM EST | Atualizado 29 Jan 2019 – 04:18 PM EST
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Em poucos dias de programa, o Big Brother Brasil 19 já coleciona algumas controvérsias envolvendo seus participantes. Falas polêmicas revelam preconceitos intrínsecos que ainda persistem na sociedade, padrão de beleza, racismo, machismo, entre outras questões que geram discussões dentro e fora do programa e que foram levantadas a partir de discursos feitos pelos atuais BBBs.

Uma das atuais polêmicas da casa envolve a participante Paula e os companheiro de casa Diego e Hariany. Porém, os três não são os únicos a protagonizaram discussões controversas dentro do reality show da Rede Globo.

A seguir, confira as maiores delas e as reações nada positivas dos telespectadores.

BBB 19: polêmicas

Culpabilização da vítima

Enquanto lavava a louça da casa com Diego e Hariany, Paula relatou um episódio de violência contra a mulher sofrido por uma amiga sua. Segundo a sister, sua colega foi vítima de agressão cometida por um homem com quem se relacionava e dele levou 34 facadas. "Era aquelas facas de pão, sabe? Aquelas facas pequenas."

O relato de Paula surpreendeu a todos que participavam da conversa pela agressividade das facadas. Entretanto, a história narrada por Paula chamou atenção fora da casa não só pela dimensão da violência, mas também pelo modo como o caso foi tratado pelo trio.

Enquanto ouvia a história de violência doméstica, Hariany chegou a perguntar “o que ela fez para levar isso?”. Paula chegou a responder que o agressor acreditava que a vítima o traía com outra pessoa

A pergunta de Hariany, entretanto, não foi bem aceita pelo público. Muitos se indignaram com o fato de a BBB questionar se a vítima poderia ter dado algum motivo para que a agressão ocorresse – a chamada culpabilização da vítima, atitude em que a vítima é colocada como responsável pelo ataque sofrido.

Preconceito social e racismo

Na mesma conversa, chamou atenção, também, o modo como Paula descreveu o agressor. Isso porque a mineira se valeu de preconceitos socioeconômicos e raciais para exemplificar sua expectativa sobre as características do homem que feriu a amiga.

“Eu pensei que ia chegar e ter mó ‘faveladão’ lá. Quando eu vi, o cara era branquinho, morou não sei quanto tempo na Austrália, Canadá. Falei: ‘não é possível que você fez isso’."

Novamente, o público reagiu ao tratamento dado à história questionando se a surpresa de Paula teria sido a mesma se o agressor não fosse uma pessoa branca e rica, como aconteceu.

Ao fim da conversa, quando Paula encerra a descrição do agressor dizendo que se tratava de uma pessoa branca e rica, algo inesperado para ela, Diego conclui que o homem poderia não estar em seu juízo perfeito. “Então o cara era louco mesmo.”

Não faltaram críticas ao desfecho dado por Diego sobre a história. Os comentários giravam, essencialmente, em torno do fato de pessoas brancas e negras receberem diferentes tratamentos pela sociedade.

Como o agressor era branco, foi tido como fora de juízo, louco – julgamentos bem distintos caso ele fosse negro e pobre, dois seguimentos da sociedade vistos, muitas vezes, como criminosos.

"Racismo reverso"

Na mesma cozinha em que Paula, Diego e Hariany conversaram sobre o caso de violência doméstica, Tereza tentou questionar sobre a possibilidade de existir um "racismo reverso" na sociedade.

Durante uma conversa em que as participantes Rízia e Gabriela relatavam atitudes racistas que já tiveram de enfrentar, Tereza disse que pessoas brancas de olhos verdes também sofrem preconceito com relação à cor da pele.

Isabella emendou a conversa exemplificando o tal racismo reverso que já sofreu. “Muitas vezes me olham [e dizem] ‘patricinha’, ‘não sabe o que é a vida’, ‘sempre teve tudo’, e não sabem o que se passa”, disse, ao que Rízia e Gabriela retrucaram com uma verdadeira aula sobre por que racismo contra pessoas brancas não existe.

A internet, claro, não perdoou a tentativa das sisters de insistir na teoria do racismo reverso e muitos optaram pela crítica irônica à comparação do que é a vida de uma pessoa branca com a de uma negra.

Cabelo “ruim”

Novamente, Paula foi o centro de uma polêmica. No quarto, enquanto Gabriela e Hana conversavam sobre produtos de cabelo, a loira entrou no meio do papo para dizer que também tinha cabelo “ruim” - forma de racismo que qualifica traços tipicamente negros como inferiores e indesejáveis.

“Não fala isso. Ruim é o preconceito, o cabelo não”, repreendeu Gabriela. Paula, então, se defendeu: “É mania né? Não existe... Mas quando tem uma dobrinha assim a gente fala”, disse a mineira. “É, mas a gente precisa mudar isso”, afirmou Gabi.

Chocados com o adjetivo usado por Paula para se referir ao cabelo, internautas criticaram a fala da BBB questionando o que é tido como padrão de beleza atualmente.

Objetificação de mulheres

Enquanto dançava com Tereza, Hana foi surpreendida por um tapa de Vinícius em seu bumbum. O gesto foi realizado pelo brother sem qualquer consentimento da sister, que parou de dançar imediatamente e pediu ao colega de casa que parasse.

A atitude de Vinícius causou indignação de internautas pela total objetificação da mulher – ideia que aos poucos vem mudando em nossa sociedade de que a mulher deve servir sempre aos desejos masculinos.

O caso de Hana e Vinícius não foi o único.Na mesma festa, Gabriela precisou “fugir” de Vanderson, e Isabella chegou a se esquivar de uma investida do brother.

Diante dessas ocorrências, o público também reagiu ora indignando-se com a atitude dos homens, ora enaltecendo a coragem das mulheres de não tolerarem tamanha falta de respeito.

Índio e animais

Gustavo, em uma "brincadeira" realizada entre os brothers, comparou índios a animais. A fala do paulistano gerou expressões sérias de diversos participantes e Vanderson, que recentemente foi expulso da casa, prontamente se manifestou e apontou o preconceito na fala do colega.

“Eu tô pensando que aqui, nesse momento, foi falada uma parada que é chata porque os caras [índios] já ouviram isso muito, até hoje eles ouvem. É chato, eu penso nisso, na figura deles”, disse Vanderson.

Internautas endossaram a defesa de Vanderson à comunidade indígena e lembraram que essa parcela da população brasileira sofre frequentemente preconceito que acaba diminuindo seu peso enquanto membros de nossa sociedade.

Big Brother Brasil 19

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