Ex-anoréxica é criticada por postar fotos de lingerie e dá a melhor resposta possível
Aos 15 anos, a inglesa Megan Crabble foi diagnosticada com anorexia. Quase dez anos depois, ela se tornou um símbolo ao vencer a doença e eleva o seu corpo hoje saudável com diversas fotos no Instagram - sejam com roupa ou de lingerie.
Como qualquer mulher, ela se depara com comentários negativos a respeito da exposição de seu corpo. Em um post arrasador, ela deu a resposta perfeita aos haters e ainda questionou a cultura que oprime o corpo da mulher a qualquer custo.
Respeito com ou sem roupa
Megan fez uma montagem com duas fotos suas: à esquerda, vestida com blusa e calça jeans; à direita, apenas de lingerie.
Em um longo desabafo, a blogueira questionou a sexualização do corpo da mulher na cultura atual e como esse pensamento é retrógrado e apenas machuca a mulher e a relação que ela tem com o seu corpo.
"Fato: a quantidade de pele de uma mulher à mostra não tem nada a ver com o quanto de respeito ela merece OU o quanto ela mesma se respeita. Fato: Uma mulher pode escolher celebrar seu próprio corpo em seu estado mais natural sem que seja por prazer ou gratificação sexual de outra pessoa", explica a blogueira.
Para Megan, associar conceitos negativos assim que você se depara com qualquer tipo de nudez faz parte da cultura que enxerga o corpo feminino como objeto de consumo para outras pessoas - e nunca para elas mesmas.
"A carne não é igual a sexo. Nossos corpos nus não são vergonhosos. Merecemos ser respeitadas, vestidas ou despidas, e quantidade de pele que mostramos depende de nós”, escreveu na legenda.
A blogueira ainda expõe a contradição presente na exposição dos corpos femininos. "Fato: pensar em 'Sexo', 'Vadia' ou 'Vá colocar alguma roupa' assim que você veja se deparar com qualquer tipo de nudez é algo que nos foi ensinado por uma cultura que diz que os corpos das mulheres são para o consumo de outras pessoas, e nunca para elas mesmas."
“Leve sua misoginia e sua opressão física para outro lugar. Eu vou ficar aqui celebrando o meu corpo do jeito que me agradar", completa Megan.
Superação da anorexia e orgulho do próprio corpo
Responsável pelo blog BodyPosiPanda, Megan busca quebrar estereótipos e ajudar as mulheres a aceitarem os seus corpos expondo suas próprias curvas, gordurinhas e celulites.
Megan sofreu grande parte da adolescência de anorexia nervosa. Hoje, depois de se recuperar da doença que quase a matou aos 15 anos de desnutrição, ela posta fotos de antes e depois com mensagens inspiradoras.
Em uma de suas publicações, Megan revela que a questão não é o peso.
"Eu poderia morrer de fome e malhar obsessivamente por horas todos os dias, mas isso nunca teria levado ao amor próprio. Não importava quanto peso eu perdesse, sempre havia algo para odiar", confidencia.
Quando se está insatisfeita com o corpo, quanto mais coberto ele estiver, melhor. Por isso, suas fotos ganham um poder tão grande.
Megan mostra que é possível e bonito exibir quem você realmente é. Esteja você com um par de calça jeans, um vestido florido, de lingerie ou de biquíni com os amigos.
"Com certeza, as pessoas não precisam ganhar peso para encontrar seu amor próprio, isso é exatamente o que meu corpo precisava fazer para combinar com minha liberdade mental. ESTE É MEU CORPO FELIZ", revela.
Leia um depoimento de Megan:
[Alerta de gatilho]
É possível encontrar beleza no que é macio.
É possível se apaixonar por um corpo que você nunca acreditou que fosse merecedor de amor.
É possível encontrar paz depois de passar uma vida inteira em guerra com o seu próprio corpo.
É possível se recuperar.
E se eu posso superar a menina na esquerda, aterrorizada, perdida, completamente consumida pela anorexia, para ser “corpo positivo”, com barriga, aceitando a mulher que sou hoje, você também pode encontrar paz.
PS: Faz tempo que não postava uma foto de recuperação porque eu NUNCA quero que você pense que você precisa se parecer com a garota à esquerda para ter um distúrbio alimentar. Não precisa, DISTÚRBIOS ALIMENTARES VÊM EM DIFERENTES FORMAS E TAMANHOS. E cada uma delas merece atenção e tratamento. Distúrbios alimentares são doenças mentais, não de tamanhos.
Mas hoje eu percebi que faz quase 10 anos que fui diagnosticada com anorexia. 10 anos se passaram, e estou para terminar o livro ensinando outras pessoas a fazerem as pazes com o seu corpo. Eu jamais pensei que fosse sobreviver, que dirá chegar até onde estou agora.
Então, isso é para mostrar à garota da esquerda o quão forte ela realmente é. Isso é para mostrar a ela tudo o que ela era capaz. Isso é para mostrar a ela que ela sobreviveu, e não só isso, ela venceu. Queria voltar atrás e mostrar a ela que ela tinha o poder de fazer qualquer coisa no mundo desde o início. Então isso será suficiente. E para todos que ainda estão lutando, isso é para dizer a vocês que eu acredito em vocês.
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