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“Ele perdeu o controle” e + 7 conceitos errados sobre abuso nas relações

Publicado 19 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 04:16 PM EDT
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Ao contrário do que muita gente imagina, nem sempre é simples e fácil identificar e combater abusos cometidos nas relações amorosas. Além da grande quantidade de fatores e sentimentos envolvidos, os próprios conceitos sobre o que pode ou não ser considerado uma agressão podem confundir.

Para tentar jogar luz sobre o tema, sempre bastante atual e importante de ser explorado, uma reportagem da edição norte-americana da revista Cosmopolitan ouviu especialistas e apontou os principais conceitos errados sobre relações abusivas.

Abusos nos relacionamentos: conceitos errados

1. É impossível amar quem comete o abuso: de acordo com os profissionais ouvidos pela reportagem, é bastante comum ouvir de mulheres relatos envergonhados sobre o amor que elas ainda sentem pelo parceiro agressor, mesmo sofrendo abusos.

2. A violência doméstica ocorre quando alguém perde o controle: nem sempre surtos e ataques de raiva são origens de agressões. Muitos usam a frase “ele perdeu o controle” como justificativa para o abuso, mas nem sempre é o que ocorre. Os abusadores geralmente exercem constantemente e de forma fria e racional o abuso moral para controlar ou atacar suas vítimas. Ou seja, não é um tipo de agressão que acontece no calor de uma discussão.

3. Violência doméstica é sempre física: tapas, chutes, socos e demais agressões físicas são situações limites de um abuso, mas o controle emocional, psicológico, verbal e sexual sobre uma outra pessoa também é considerado uma agressão dentro de um relacionamento. Tais abusos não deixam cicatrizes físicas, mas causam grandes danos permanentes à autoestima da mulher.

4. Para acabar com o abuso basta terminar o relacionamento: quem está de fora normalmente acha simples o conselho, mas colocar na prática é bem mais complexo por diversos fatores. Além da questão emocional, filhos e dependência financeira pesam bastante na decisão e dificulta, por exemplo, a saída de casa.

5. Não existe razão para não chamar a polícia: denunciar o agressor é realmente o mais indicado nos casos de violência doméstica, mas é preciso entender que muitas mulheres não prestam queixa por não quererem que o marido vá para a prisão ou mesmo temem que os abusos piorem após a denúncia

6. A violência doméstica só afeta mulheres pobres ou sem escolaridade: as agressões nos relacionamentos não discriminam fatores sociais e as denúncias abrangem todas as classes socioeconômicas, raças, e níveis educacionais. O equívoco ocorre porque justamente as mulheres mais pobres são as que mais denunciam os abusos publicamente.

7. Drogas e álcool são os causadores da violência doméstica: as substâncias muitas vezes estão relacionadas a agressões, mas não podem ser consideradas as culpadas pelos abusos. É comum ainda os próprios agressores usarem drogas ou álcool como desculpas para sua violência, tentando justificar o próprio comportamento.

8. Os homens nunca são vítimas de abuso: a violência doméstica é, de fato, mais sofrida pelas mulheres, mas isso não quer dizer que eles também não sofram agressões de suas parceiras, tanto morais como físicas. Por uma questão social, porém, os homens normalmente se sentem mais envergonhados em denunciar suas companheiras.

Violência doméstica

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