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Cientistas podem estar perto de conseguir apagar lembranças ruins da nossa memória

Publicado 11 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 04:48 PM EDT
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No filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” o personagem de Jim Carrey recorre a um serviço especializado em apagar da mente lembranças tristes e traumáticas após sofrer uma grande desilusão amorosa. O longa levanta uma série de reflexões e, uma das principais é: será que um dia isso poderá ser possível na realidade?

Um recente estudo publicado pelo Current Biology aponta que uma técnica bastante semelhante à vista no cinema pode, no futuro, ser sim algo viável.

Apagar memórias ruins pode ser uma realidade

Os cientistas deram um passo além no processo de “editar” más lembranças, deixando as boas intactas, algo que poderia ser usado um dia para tratar pessoas que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade ligados a memórias dolorosas e deletar traumas de infância e angústia de vítimas de crimes violentos, por exemplo.

Pesquisas anteriores descobriram que as memórias não são tão estáveis ​​quanto se pensava. Um processo químico lembra uma memória e uma outra a armazena, mas esse processo pode ser bloqueado e a lembrança pode ser eliminada.

A nova pesquisa não chega a escolher memórias específicas - ou pessoas - para apagar, mas mostra que diferentes tipos de memórias podem ser discernidas e direcionadas, mesmo quando são armazenadas dentro do mesmo neurônio.

Os estudiosos especularam que tanto a força como a retenção de diferentes tipos de memórias são regidas por variantes de uma enzima chamada PKM. Eles então induziram, através de estimulação elétrica, os tipos de memórias em um molusco e descobriram que poderiam apagar memórias separadamente, visando as variantes PKM.

O processo foi realizado interferindo em diferentes moléculas, identificando alvos moleculares específicos para memória associativa e não associativa. Os dois tipos de memória podem ser distinguidos em um nível molecular. E se isso pode ser feito, segundo os cientistas, a técnica tem potencial para o futuro.

O tratamento, porém, seria indicado apenas para casos extremos e os próprios autores do trabalho científico apontam preocupação em relação a pessoas que poderiam usar o procedimento para apagar qualquer tipo de memória negativa, algo que não seria recomendável sob diversos aspectos, tanto físicos quanto emocionais e psicológicos.

Memórias, lembranças e concentração

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