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Conheça o novo filme brasileiro que ganhou dois prêmios em Cannes em 2017

Publicado 26 Mai 2017 – 11:00 AM EDT | Atualizado 28 Mar 2019 – 12:34 PM EDT
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Único representante brasileiro no Festival de Cannes desse ano, o filme “Gabriel e a Montanha”, do diretor Felipe Barbosa, ganhou dois prêmios na importante competição francesa. Selecionado para competir na mostra paralela Semana da Crítica, que tem como objetivo revelar novos talentos, o longa levou os prêmios Visionário France 4 e o Gan Foundation.

A crítica do festival concedeu a premiação justificando que é um filme “que mostra a paixão e o entusiasmo de um novo talento da indústria cinematográfica”. O “France 4 Visionary Award” é um prêmio para as revelações do cinema e geralmente seleciona nomes que estão no primeiro ou segundo filme da carreira. Já o “Gan Foundation Award For Distribution” é um tipo de ajuda dada à distribuidora da obra e serve para alavancar a distribuição do filme na França.

“Gabriel e a Montanha” foi selecionado por ser “precioso, jovial e único”, segundo Charles Tesson, curador e delegado geral da Semana da Crítica, explicou ao Uol. “O filme aborda um tema cinematográfico por excelência: a viagem. Procura entender por que e como nós viajamos”.  

História real do filme “Gabriel e a Montanha”

“Gabriel e a Montanha” conta a história real de Gabriel Buchmann, um economista brasileiro que foi a quatro países da África para estudar a pobreza e miséria a fim de montar as bases de seu doutorado em políticas públicas. Vivido no cinema pelo ator João Pedro Zappa, Gabriel percorreu Malawi, Quênia, Tanzânia e Zâmbia conhecendo de perto o modo de vida das pessoas e conversando com todo mundo que encontrava, inclusive se hospedando em tribos periféricas desse países.

A viagem de Gabriel terminou em tragédia em 2009. Ele decidiu subir o Monte Malanje, no Malawi, sem guia turístico e acabou morrendo de hipotermia. “O significado de uma viagem só pode ser definido após o retorno. Gabriel não teve a oportunidade de retornar. Minha motivação para fazer esse filme foi descobrir o significado da viagem que ficou perdido e compartilhá-lo, que é exatamente o que o Gabriel teria feito”, explicou o diretor Fellipe Barbosa no material oficial do filme.

Em 2015, Barbosa foi aos países africanos visitados por Gabriel e conversou com todas as pessoas que o pesquisador havia encontrado em sua viagem. Além do diário deixado por ele, o diretor usou também e-mails trocados com a mãe e namorada para montar o roteiro mais fiel possível e recriar os passos de Gabriel.

Filme aplaudido de pé

No domingo, dia 21 de maio, o filme foi exibido ao público pela primeira vez. Em entrevistas concedidas à imprensa presente, o diretor se disse bem nervoso em relação à receptividade. “Eu sei que tem gente, uma meia dúzia, que saiu da sala [durante a sessão], e na hora fiquei angustiado. Mas no final, olhei para trás, e vi que tinha muita gente chorando. Fiquei muito arrepiado”.

Esse é o segundo trabalho dele, que é responsável pela direção de “Casa Grande”, de 2014, ganhador do prêmio do público no Festival do Rio.

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