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Howard O Pato: como um péssimo filme da Marvel ajudou na origem da Pixar

Publicado 26 Mai 2017 – 09:13 AM EDT | Atualizado 27 Mar 2019 – 08:59 AM EDT
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Se hoje alguém te falar que não apenas George Lucas como todas as pessoas profissionais de sua equipe – incluindo aí produtores de Indiana Jones e equipe especializada em efeitos especiais – estivessem envolvidos com um filme de heróis da Marvel, você provavelmente ficaria bem empolgado, não? Mas é melhor baixar as expectativas, porque quando isso aconteceu, lá em 1986, o resultado foi tão ruim que “Howard – O Super Herói” é tido com um dos piores filmes do gênero até hoje.

O filme é tão ruim que virou até piada e deixou de ser elencado em listas de piores produções baseadas em histórias em quadrinhos – ganhou ares cult de nostalgia e virou hors-concours, fora de qualquer competição. Ninguém sabe ao certo até hoje o motivo de George Lucas ter embarcado na ideia de adaptar um personagem bem obscuro na Marvel.

Howard chegou a aparecer nas cenas pós-créditos de "Guardiões da Galáxia" e faz uma participação especial na sequência do filme, na parte em que Yondu está numa espécie de bordel intergalático.

Uma reportagem da edição impressa da revista Mundo dos Super-Herois, de 2012, diz que é possível que a ideia tenha partido da própria Marvel. “Na época, os personagens mais importantes da editora já tinha sido adaptados para filmes televisivos”, explica o jornalista Eduardo Marchiori na matéria.

Howard: o super-herói mais bizarro que já virou filme

Criado em 1973 nos quadrinhos, Howard nasceu da mente de Steve Gerber e era uma sátira ao modo de vida americano da época. Mal-humorado, as histórias do pato eram cheias de ironia e sarcasmo, alguns conceitos levados ao filme dos anos 80.

Com George Lucas na produção executiva, Willard Huyck (um dos roteiristas de “Indiana Jones e o Templo da Perdição) na direção e todo o aparato da Lucas Film, que naquela época já era responsável pela trilogia original de Star Wars e pelos dois primeiros filmes do arqueólogo aventureiro, o filme de Howard nasceu com pedigree.

Mas ser um personagem desconhecido, com um roteiro bobo cheio de cenas bizarras - sexo entre o pato alienígena e uma humana, clara perversão sexual do protagonista e seios de uma pata são só algumas delas - não ajudaram em nada na bilheteria.

O filme rendeu apenas 900 mil dólares a mais do que gastou para ser produzido. Só a roupa do protagonista custou 2 milhões de dólares. Com esse time experiente na produção, os efeitos especiais eram bons e convincentes para a época, mas muita falta de capricho acabou passando na edição final.

Marchiori conta que oito atores anões diferentes vestiram a roupa de Howard. Com estaturas variadas entre os atores, há sequências no filme em que essas diferenças são perceptíveis. “Numa cena, Howard pula de uma lata de lixo e suas pernas são mais compridas do que na cena seguinte”, exemplifica o jornalista.

Origem da Pixar ligada à Howard

Especula-se que um dos motivos para George Lucas ter aceitado fazer esse filme era uma dívida que tinha em sua fazenda, o lendário Rancho Skywalker. A construção desse imenso lugar na Califórnia demorou alguns anos para ser concretizada e acredita-se que Lucas esperava levantar uma grana com o filme de herói da Marvel.

“Grande erro. O notório flop continua sendo um conto preventivo de inépcia do grande orçamento. E uma cena no quarto entre [a atriz Lea] Thompson e seu amigo de penas é assustadora”, analisa a Entertainment Weekly.

No vermelho, Lucas precisou vender alguns dividendos de sua empresa, e no meio disso estava a Computer Division, área focada em produzir conteúdos de animação computadorizada na Lucas Film. Em 1986, “Steve Jobs adquiriu a divisão de computadores de George Lucas e estabeleceu o grupo como uma empresa independente, ‘Pixar’”, relata o site oficial da empresa. Tendo em vista “Toy Story”, Nemo e todos os outros filmes da Pixar, até que Howard foi um preço barato a se pagar.

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