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“Fragmentado”: transtorno de identidade é assustador em nova produção de Shyamalan

Publicado 31 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 10:38 AM EDT
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M. Night Shyamalan está de volta e “Fragmentado” é a obra que nos faz lembrar os motivos pelos quais o diretor de “O Sexto Sentido” e “Corpo Fechado” é um dos mais expressivos de sua geração. Com roteiro afiado e atuação inspirada de James McAvoy (de “X-Men: Apocalipse”), o novo longa do cineasta indiano deve agradar quem gosta do gênero thriller. Listamos 5 grandes motivos pelos quais o filme merece atenção.

Motivos para assistir "Fragmentado"

Tema

“Fragmentado” conta a história de Kevin, um homem que sofre de Transtorno Dissociativo de Identidade e convive com 23 personalidades diferentes. Ao sequestrar três garotas no estacionamento de um shopping, a ameaça de uma nova personalidade ainda mais assustadora começa a surgir e somos apresentados a algumas das “pessoas” que habitam a mente de Kevin. Entre elas, uma criança de 9 anos de idade, uma fanática religiosa, um estilista talentoso, um sociopata, entre outros.

Passando por casos clínicos reais do transtorno, Shyamalan retrata algumas das características mais impressionantes da doença: enquanto uma das personalidades é diabética e precisa tomar injeções de insulina, quando outra – totalmente saudável – assume, o corpo deixa de precisar da medicação. Trata-se de um conflito constante entre pessoas completamente diferentes vivendo em um único corpo, que nem sempre se dão bem umas com as outras ou, às vezes, nem se conhecem e lutam pelo seu próprio espaço.

O retorno de Shyamalan

Depois dos questionáveis “O Último Mestre do Ar” e “Depois da Terra”, “Fragmentado” parece marcar a volta por cima de Shyamalan. O longa resgata a assinatura do diretor – que fez falta em algumas de suas últimas produções. O conjunto de elementos técnicos e textuais que tornaram o indiano uma referência no gênero ressurgem no novo filme e relembram a experiência tensa de outras obras dele, como “Sinais” e “A Vila”.  Com isso, ainda bem, o filme ganha um ar menos "pacote hollywoodiano" e mais autoral. 

Estética do diretor

O uso que Shyamalan faz das câmeras dá muito do tom sombrio e tenso do filme. Com estética bastante particular (marcada, por exemplo, por desfoques, ângulos e enquadramentos dramáticos), é notável o papel da linguagem visual na experiência sufocante que a produção pretende transmitir ao espectador.

James McAvoy

Se os papeis mais famosos de James McAvoy classificaram o ator como mediano, em “Fragmentado”, ele ganha espaço para fazer o inimaginável e surpreender positivamente quem se lembra dele por filmes como a franquia “X-Men” ou mais recente “Victor Frankenstein”. Com atuação intensa e dramática, quase um pequeno retorno a seu papel em “Filth”, de 2013, McAvoy foi, sem dúvidas, uma escolha acertada do diretor.

Com o desafio de interpretar uma pessoa com múltiplas personalidades, é como se McAvoy fizesse, pelo menos, 6 grandes personagens em um único filme. Cada uma das personalidades do protagonista tem trejeitos, posturas, vícios, tons de voz, visões de mundo e comportamentos completamente distintos e muito singulares e, ainda assim, é possível perceber nitidamente quando Kevin transita entre eles. 

As reviravoltas de Shyamalan

Quem tem alguma familiaridade com o trabalho de Shyamalan já espera uma reviravolta em seus filmes. Quando “Sexto Sentido” foi lançado, em 1999, o plot twist genial apontou todos os holofotes para o diretor que, no ano seguinte, repetiu o feito com “Corpo Fechado”, estrelado novamente por Bruce Willis. Em “Fragmentado”, a sensação é a mesma e a tensão de tentar prever o desfecho da trama é inevitável – mas nós não vamos estragar a sua surpresa!

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