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O que é uma frente fria e por que geralmente ela traz chuva consigo?

Publicado 28 Jun 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A notícia da chegada de uma frente fria geralmente anuncia queda de temperatura e possibilidade de chuvas. Mas não devemos odiá-la: ela é um fenômeno natural importante para manter a temperatura da Terra em equilíbrio entre o ar gelado que se movimenta a partir dos pólos e o ar quente que se forma na região equatorial do planeta.

O que é a frente fria?

A frente fria, na verdade, é o limite, a fronteira que separa a massa de ar quente e a massa de ar fria. Quando dissemos que a “frente fria avança” é porque a massa de ar fria que se condensa nos pólos do planeta é atraída pelo calor e se movimenta em direção à região mais quente, onde passa a Linha do Equador.

Conforme a corrente de ar frio irrompe pelo continente, vai empurrando a massa de ar quente, que está (relativamente) parada, para cima - a velocidade das correntes frias é alta, chegam até 30 km/h, sendo que o recorde registrado é de 64 km/h. Mais seco e mais denso, o ar frio, digamos, é mais poderoso que o ar quente, e por isso ele ocupa o espaço onde o calor estava.

Frio e chuva

O motivo do frio parece óbvio. Quando o ar gelado dos pólos ocupa espaço da massa de ar mais aquecida em regiões tropicais ele esfria o ambiente. E isso pode acontecer de forma nada sutil. Quando a frente fria passa, a temperatura pode cair até 10ºC em uma hora - antes da frente fria passar, contudo, o ambiente fica mais quente e com menos pressão.

Já o ar quente vai sendo enviado para cima e, devido à pressão atmosférica, tende a se condensar. Quanto mais sobe - primeiro forma nuvens tipo cumulus - mais fica condensado e mais frio -  quando já são nuvens cumulonimbus. O resultado é a precipitação em forma de água, ou seja, como chuva - quanto mais condensada a nuvem, maior a tempestade.

A frente fria vai parando aos poucos, afinal a cada barreira de massa de ar quente ela perde força.  E, então, quando a frente fria para em um lugar ganha o nome de frente estacionária.

Por onde vão as frentes frias?

No caso do Brasil, as frentes frias vêm do pólo Sul, resultado do avanço das massas antárticas. Geralmente, o caminho das massas de ar continentais é o mesmo: invadem o continente pelo sul da Argentina, correm pelo oeste do país hermano e entram pelo Sul brasileiro. Outro roteiro é o das frentes frias marítimas: é resultado das massas que avançam via oceano Atlântico e chegam pelo Sul ou Sudeste do país.

Sul e Sudeste são, de longe, as regiões brasileiras mais impactadas pelas frentes frias. Os institutos de pesquisa meteorológicos informam que nestas regiões registra-se passagens de frentes frias ao longo do ano inteiro, sobretudo na primavera. Em um único mês, podem passar até cinco delas nesta porção do país.

Como as frentes frias se formam em latitudes médias da Terra, equivalente ao sul da Argentina, já chegam mais enfraquecidas ao Brasil e têm a tendência de estacionarem nas regiões citadas. Dificilmente chegam a Centro-Oeste, Nordeste ou Norte do país. É também por isso que há incidência de chuvas torrenciais (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e geadas (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

Os serviços de meteorologia, hoje, podem prever a chegada das frentes frias com até 15 dias de antecedência, com 70% de probabilidade de acerto em cinco dias e até 95% de acerto nos últimos dois dias.

Quente ou frio

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