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Adolescentes do Ceará criam sondas para a primeira missão lunar brasileira

Publicado 27 Jun 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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*Imagem meramente ilustrativa

Alunos do ensino fundamental e médio do Colégio Ari de Sá, no Ceará, em Fortaleza, desenvolveram sondas e experimentos biológicos que fazem parte da primeira missão do Brasil à Lua, a Missão Garatéa.

O grupo de 45 adolescentes criou os nanosatélites Gleiser I, II e III, que são como pequenos laboratórios que vão levar a bordo experimentos de natureza biológica e física, para o estudo da parte mais alta da atmosfera terrestre.

Os experimentos são feitos com sementes de regiões com condições extremas como a Antártida e também sementes nativas do Brasil, além de uma suíte variada de sensores eletrônicos, explica o professor coordenador do colégio, Manoel Severiano.

A ideia é entender como funciona a umidade relativa do ar, a temperatura externa, a incidência de radiação ultravioleta UV, advinda do Sol, e outros aspectos importantes para ajudar na consolidação da primeira missão brasileira lunar.

O projeto é apenas uma parte da grande missão que vai levar um satélite brasileiro à Lua. O investimento veio por meio de uma campanha realizada no site do Catarse.me, que arrecadou por volta de R$ 7080.

Missão Garatéa

As sondas criadas pelos alunos serão colocadas em um balão aerospacial, que vai voar a cerca de 30 mil metros de altitude para levantar dados para a sonda principal da Missão Garatéa (que também será 100% brasileira), que vai enviar um satélite à Lua em 2020.

O balão vai estourar na estratosfera e cair no solo duas horas depois de levantar voo a partir de São Carlos, em São Paulo, no dia 24 de junho, com acompanhamento dos centros de ensino superior brasileiros capitaneados pela Universidade de São Paulo (USP).

Planejada desde 2013, o nome da missão (Garatéa) significa busca-vida em Tupi-Guarani, e tem o objetivo não só de permitir que o Brasil tenha acesso a informações direto do espaço, mas também para estimular interesse pela ciência e atrair investimento e novas tecnologias.

Satélite brasileiro na Lua

Para criar as sondas, os alunos foram divididos em três times: um ficou responsável pelos experimentos biológicos, outro pela parte mecânica e outro da parte de operações, sendo todos supervisionados por professores dos Laboratórios de Física e Química do colégio.

Luiz Fernando Farias Serravalle foi o aluno que esteve à frente dos times durante a construção dos satélites. Ele ajudou a equipe com conhecimentos de engenheira de materiais, eletrônica e principalmente aeroespacial.

“A experiência de liderar uma equipe com jovens brilhantes que desejam seguir uma carreira na ciência e engenharia foi simplesmente surreal. Todos têm grande potencial de mudar a realidade no Brasil que ainda não se desenvolveu muito no setor aeroespacial”, contou ele em entrevista ao VIX.

 “Desenvolvemos um ótimo um trabalho em equipe, mas os protagonistas foram eles, principalmente pelos resultados que colherão no futuro. E agora mais do que nunca eles sabem que o céu não é o limite para os sonhos deles”, disse Josué Caleb Gurgel Saraiva, um dos professores que supervisionou o projeto.

Missões brasileiras no espaço

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