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“Cachorros também são pessoas”, diz cientista que estudou cérebro dos animais

Publicado 15 Jun 2017 – 12:00 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 05:12 PM EDT
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Por dois anos, o neurocientista Gregory Berns, da Universidade Emory (EUA), estudou o cérebro dos cachorros.  

Sua equipe treinou 12 cães, deixando-os em uma situação tranquila (ouvindo música, relaxando). Os resultados que apareceram na ressonância magnética surpreenderam: “cães também são pessoas”.

“A habilidade de mostrar emoções positivas, como amor e apego, significaria que os cachorros têm um nível de sensibilidade comparável ao de uma criança humana. E essa capacidade sugere que devemos repensar a forma como tratamos os cães”, escreveu Berns em artigo para o jornal New York Times.

Cérebro dos cães: como funciona

O projeto de estudar os cães teve início em 2012. 

O primeiro teste foi com a própria cachorrinha de estimação de Berns, chamada Callie. Ela foi treinada durante meses para ser submetida à ressonância. Isso possibilitou aos cientistas ter em mãos um dos primeiros mapas de atividade cerebral canina. 

“Em experimentos posteriores, nós conseguimos determinar em quais partes do cérebro eles distinguem o cheiro de outros cães e humanos, familiares ou não”, explica Berns.

Os cientistas detectaram que a parte do cérebro que processa o sistema de recompensas dos cães sabe diferenciar quando o seu dono tem ou não um biscoito para dar em troca da patinha. 

Quando os cães recebem sinais de comida ou veem os donos, uma parte do cérebro deles chamada núcleo caudado trabalha mais. Essa região é repleta de um neurotransmissor comum nos seres humanos: a dopamina, que forma o sistema de recompensas que libera a sensação de prazer. 

Fazendo uma comparação, a sensação que um cão tem ao ver o seu dono é muito parecida com a que temos quando vamos à academia e sentimos prazer de treinar devido à recompensa dos resultados, ou ao prazer que sentimos depois de comer algo que tínhamos vontade.

O surpreendente é que essa constatação dos cães não tem a ver com cheiros, mas com a forma com que mexemos nossas mãos para nos comunicar com eles. Trata-se, portanto, de uma percepção.

Ciência e os sentimentos dos cachorros

A grande trava da ciência para admitir que cães sejam parecidos com pessoas, segundo o neurocientista, permanece porque os animais não falam

“Os cientistas confiam em observações comportamentais para analisar o que os cães estão pensando. É um negócio complicado. Você não pode perguntar a um cachorro por que ele faz alguma coisa. E certamente não pode lhe perguntar como se sente. A perspectiva de jogar luz sobre as emoções animais ainda assusta muitos cientistas”, acredita Berns.

Cachorros: amor e conhecimento

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