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Como eram frutas e vegetais antigamente e por que eles mudaram tanto?

Publicado 25 Mai 2017 – 06:01 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 08:35 AM EDT
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Assim como a raça humana e os animais, os alimentos também passaram pelo processo de evolução com o passar dos anos. Alguns mudaram tanto que atualmente não se assemelham em nada a suas versões anteriores.

A seguir, veja como eram vegetais e frutas antigamente.

Como eram os alimentos antigamente?

Banana

Na foto, é possível ver uma das versões selvagens da banana, que apresenta forma ovalada e caroços proeminentes. Chamada de Musa balbisiana, esse tipo de bananeira deu origem ao fruto que hoje conhecemos.

Berinjela

De origem asiática, a berinjela é uma planta cultivada há séculos que chegou, inclusive, a ser utilizada pela medicina indiana para tratar diabetes e asma, conforme explica o artigo História e iconografia da berinjela, de Marie-Christine Daunay e Jules Janick.

Os pesquisadores também ressaltam que a berinjela selvagem era arredondada e continha espinhos. Já a versão do vegetal que conhecemos - que é alongada, sem espinhos e tem a casca roxa-, ganhou alcance no século XVI.

Cenoura

A cenoura moderna é uma raiz alaranjada e grossa, mas ela nem sempre foi assim. A versão selvagem não se difere muito de raízes de outros vegetais, visto que é muito parecida com ramificações de árvores.

Milho

O biólogo e geneticista George W. Beadle descobriu na década de 1920 que o milho tem como ancestral uma espécie de grama mexicana chamada teosinto. Anos depois, diversos pesquisadores confirmaram e adotaram a tese do cientista, que também concluiu que o processo de "domesticação" do milho levou de centenas a milhares de anos.

Vegetais e frutas antigamente: por que mudaram?

Seleção do ser humano

O agrônomo e professor Rodrigo Pereira, do departamento de biologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, aponta as causas das transformações.

Segundo ele, o homem realizou um trabalho de domesticação desde que foi instituída a agricultura, há mais de 10 mil anos. "De forma intuitiva e com pouco conhecimento, o ser humano selecionava as frutas e os vegetais que tinham características mais atrativas. Eles escolhiam as espécies mais suculentas, doces e com menos sementes e iam plantando e propagando", explica.

Com isso, alguns alimentos dominaram o gosto da população, enquanto outros foram extintos ou se tornaram tão escassos que quase não são conhecidos.

Obra da natureza

Ocorreu ainda um processo natural em que insetos ou a própria ação do vento polinizaram determinadas espécies com mais frequência, fazendo com que elas se tornassem dominantes. Com isso, os outros tipos sofreram diminuição em sua quantidade.

Trabalho genético

O estudioso conta que no fim do século XIX começou o trabalho científico de melhoria genética de alimentos. Nele, é realizado cruzamento genético entre espécies da mesma família ou de diferentes. "Um pesquisador pega o grão de pólen da parte masculina de uma planta e transfere para a parte feminina de outra flor, promovendo a fecundando", explica Rodrigo Pereira.

Em seguida, o vegetal é cultivado em uma estufa, em que ocorre o processo de seleção. "Vamos supor que o cruzamento dê 50 exemplares. O pesquisador espera todos eles crescerem e seleciona apenas os mais adequados, de modo a cultivá-los e propagá-los", finaliza.

Frutas e vegetais: saiba mais

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