Aumento do nível do mar: litorais do mundo todo podem inundar nas próximas décadas

A frequência e a gravidade de inundações dos litorais deve duplicar no mundo todo nas próximas décadas, inclusive no Brasil, concluiu um relatório novo do Serviço de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS), da Universidade de Illinois e do Havaí.

Isso significa que as regiões costeiras dos continentes correm sérios riscos de sumirem. Segundo os especialistas, os alagamentos podem destruir as economias locais em desenvolvimento e até tornar algumas áreas impossíveis de serem habitadas.

Áreas de risco de inundações

Os cientistas descobriram que as regiões com menores variações nos níveis de água dos oceanos por causa das marés, ondas e ondas de tempestade, comuns nos trópicos, experimentarão as maiores elevações na frequência de inundações.

A costa oeste da América do Norte, a costa atlântica europeia, assim como alguns rios altamente povoados na Ásia e na África, são os locais que mais devem sofrer impactos.

Mas o Brasil não escapa. Os aumentos de 2,5 cm até 10 cm já podem gerar impactos para a costa do país. A parte norte da costa brasileira, do Amapá até a Paraíba, pode ser atingida se a elevação for de apenas 2,5 cm.

Já da Paraíba até o Rio de Janeiro, são necessários 5 cm para fazer a diferença. Do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, são cerca de 7,5 cm, conforme mapa abaixo.

“Considerando vários fatores como combinados – como a urbanização local, por exemplo, cidades como Vitória e Rio de Janeiro sofrerão bastante impacto”, explicou um dos autores do estudo, Sean Vitousek, em entrevista para o Estadão.

Mudanças do nível do mar

A mudança climática global impulsiona o aumento do nível do mar e pode aumentar a frequência de inundações costeiras. Mas não é só isso.

Até agora, as estimativas globais não estavam considerando os diversos fatores influenciadores, e subestimaram os perigos da elevação das águas.

Isso porque na maioria das regiões costeiras, os aumentos que vêm ocorrendo nos últimos anos são moderados e parecem ser pequenos.

Eles até costumam ser significativamente menores do que as flutuações normais do nível do oceano causadas pelas marés, ondas e ondas de tempestades.

Entretanto, elas possuem sim um potencial real para causar grandes estragos, afirma o estudo publicado na revista científica Nature.

Os riscos foram estimados a partir de um método estatístico conhecido como teoria do valor extremo, com o qual é feita a combinação das projeções de elevações do nível do mar, com base nos registros históricos das variações das marés, da altura das ondas e das tempestades oceânicas.

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