Temido fenômeno chamado de ‘secador de cabelo’ está ajudando a derreter a Antártida

Ventos quentes e secos, “como um secador de cabelo”: eis a definição do fenômeno que está fazendo com que o gelo da Antártica (mais precisamente da plataforma chamada de Larsen C) derreta, de acordo com o novo estudo do Conselho de Pesquisa Britânica Antártica (BAS, em inglês).

Chamados de föhn, os fenômenos dessa ‘espécie’ já eram conhecidos há muito tempo. Entretanto, não se sabia nada sobre seu comportamento e nem sobre a quantidade de vezes em que ocorriam.

Com as novas revelações, agora se sabe que eles vêm do sul do continente (mas podem ocorrer em outras partes do mundo), são frequentes (200 por ano – 65% na primavera e no verão) e aumentam a temperatura do ar.

Isso cria as chamadas “piscinas de derretimento”, e pode fazer com que o bloco de gelo da plataforma Larsen C entre em colapso.

“Eles sopram ladeira abaixo. Na primavera, o ar em cima da plataforma de gelo é geralmente de -14°C, mas com os ventos föhn, a temperatura fica acima do ponto de congelamento (de 0°C)”, explica Jenny Turton, um dos autores líderes da pesquisa.

Derretimento da Antártica: consequências

Nasa

O aumento da temperatura pode inundar as rachaduras que já existem na região e gerar novas fendas. Um iceberg enorme, de cerca de 5 mil km2, pode se formar e se desprender do continente.

“Embora isso não contribua diretamente para a elevação do nível do mar, isso pode levar à perda de gelo terrestre e subsequentemente um aumento indireto do nível do mar”, explicam os cientistas.

Mistérios da Antártica