Beleza de espécie de coral esconde perigos: ecossistema brasileiro está em risco
Cinco estados do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina) e até parte do nordeste já estão sendo tomados por um tipo de coral que, apesar da rica beleza, é muito perigoso: o Coral-Sol de duas espécies ( Tubastraea tagusensis e o coccinea), formado por vários pólipos (animais com corpo calcário e tentáculos moles).
Chamado dessa forma por causa de seu formato redondo e suas cores amarelas e alaranjadas, o Coral-Sol não é nativo do Brasil – veio do Oceano Pacífico, carregado por embarcações de transporte de petróleo.
O animal é uma grande preocupação ambiental, porque pode desequilibrar o ecossistema onde se instala.
Corais: quais são os perigos?
“O Coral-Sol compete por comida e por espaço com os outros animais”, explica a analista ambiental e especialista em Coral-Sol, Adriana Gomes, da Estação Ecológica de Tamoios, Rio de Janeiro, uma das unidades de conservação federal.
“Ele não tem predador natural, pode deslocar outras espécies nativas e reduz drasticamente a abundância de macroalgas, atrapalhando a alimentação de outros animais, como peixes. Ou seja, pode mudar o ecossistema local”, aponta ela.
Segundo Adriana, estudos relatam que eles crescem por volta de 2 km por ano. Sua reprodução é lenta (ele só se reproduz depois de 1 ano e meio de vida), entretanto, vale lembrar que eles chegaram no Brasil nos anos 80.
Medidas de controle
O Projeto Eclipse foi criado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) justamente para organizar expedições para retirar as colônias e tentar controlar essa superpopulação.
Até hoje, o total de colônias retiradas pela operação que começou em 2013 ultrapassou os 40 mil.
Só na última retirada de corais feita por mergulhadores, foram registrados mais de 20 mil colônias.
A ilha dos Ganchos, em Paraty, foi completamente ‘limpa’ pela operação.
De acordo com a Adriana, a região de Ilha Grande (RJ) é a mais afetada, com cerca de 187 ilhas atingidas.
As ações estão longe de acabar, já que, mesmo sem o coral, o ambiente fica enfestado de larvas do animal. Por isso, de 6 em 6 meses é feito um controle local.
Animais perigosos
- Espécie de morcego passa a se alimentar de sangue humano no Brasil
- População de Javalis e Javaporcos cresce 500% no Brasil: quais os riscos?
- 10 animais com os puns mais TÓXICOS do mundo