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Beleza de espécie de coral esconde perigos: ecossistema brasileiro está em risco

Publicado 4 Mai 2017 – 11:00 AM EDT | Atualizado 16 Mar 2018 – 10:13 AM EDT
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Cinco estados do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina) e até parte do nordeste já estão sendo tomados por um tipo de coral que, apesar da rica beleza, é muito perigoso: o Coral-Sol de duas espécies ( Tubastraea tagusensis e o coccinea), formado por vários pólipos (animais com corpo calcário e tentáculos moles).

Chamado dessa forma por causa de seu formato redondo e suas cores amarelas e alaranjadas, o Coral-Sol não é nativo do Brasil – veio do Oceano Pacífico, carregado por embarcações de transporte de petróleo.

O animal é uma grande preocupação ambiental, porque pode desequilibrar o ecossistema onde se instala.

Corais: quais são os perigos?

 “O Coral-Sol compete por comida e por espaço com os outros animais”, explica a analista ambiental e especialista em Coral-Sol, Adriana Gomes, da Estação Ecológica de Tamoios, Rio de Janeiro, uma das unidades de conservação federal.

“Ele não tem predador natural, pode deslocar outras espécies nativas e reduz drasticamente a abundância de macroalgas, atrapalhando a alimentação de outros animais, como peixes. Ou seja, pode mudar o ecossistema local”, aponta ela.

Segundo Adriana, estudos relatam que eles crescem por volta de 2 km por ano. Sua reprodução é lenta (ele só se reproduz depois de 1 ano e meio de vida), entretanto, vale lembrar que eles chegaram no Brasil nos anos 80.

Medidas de controle

O Projeto Eclipse foi criado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) justamente para organizar expedições para retirar as colônias e tentar controlar essa superpopulação. 

Até hoje, o total de colônias retiradas pela operação que começou em 2013 ultrapassou os 40 mil.

Só na última retirada de corais feita por mergulhadores, foram registrados mais de 20 mil colônias.

A ilha dos Ganchos, em Paraty, foi completamente ‘limpa’ pela operação.

De acordo com a Adriana, a região de Ilha Grande (RJ) é a mais afetada, com cerca de 187 ilhas atingidas.

As ações estão longe de acabar, já que, mesmo sem o coral, o ambiente fica enfestado de larvas do animal. Por isso, de 6 em 6 meses é feito um controle local.

Animais perigosos

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