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Muito além do Big Bang: 5 teorias que podem explicar a origem do universo

Publicado 14 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A mais conhecida teoria sobre a origem do universo é a do Big Bang, de 1931, que constatou que a nossa galáxia, a Via Láctea, foi criada a partir de uma explosão há 14 bilhões de anos, gerando um mar nêutrons, prótons, elétrons, pósitrons, fótons e neutrinos a alta temperatura que teriam se aglomerado, formando todas as galáxias do universo.

Com o passar dos anos, a teoria do Big Bang foi enriquecida com novas descobertas – como a teoria da relatividade do físico Albert Einstein, que argumentou que a massa e a energia de um corpo podem explicar como o tempo e o espaço são relativos.

Há ainda outras teorias para explicar a origem do universo além do Big Bang. Veja as 5 principais:

Teoria da inflação cósmica

Apresentada pelo físico e cosmologista Alan Guth, em 1981, essa teoria surgiu com a premissa de resolver alguns problemas do Big Bang, como explicar por que o universo é plano e entender as definições de sua estrutura.

Para isso, o físico pressupôs a existência de 4 forças fundamentais no universo: força da gravidade, força eletromagnética, força nuclear forte e nuclear fraca.

Toda essa dinâmica, então, teria criado o universo a partir de um impulso inicial muito violento, que fez com que as galáxias continuassem em expansão, bilhões de anos depois de serem ‘criadas’.

Teoria da cosmologia inflacionária

Ao contrário da inflação cósmica, a cosmologia inflacionária acredita que o universo se expandiu por um bom tempo, mas retornou para um estado de “vácuo verdadeiro”, onde se mantém estável até hoje.

A gravidade seria a responsável por essa desaceleração, e a prova disso seria a existência de pequenas variações de temperatura da radiação cósmica de fundo, que são micro-ondas que foram entendidas como a origem da luz cerca de 380 mil anos depois de acontecer o Big Bang.

Em 1992, o satélite Cobe detectou essas flutuações, embora elas não sejam suficientes para explicar a teoria inflacionária. “Imagina-se que poderia ter ocorrido pelo que se chama de transição de fase”, explica artigo sobre cosmologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

“Por exemplo, a transformação da água em gelo (transição líquido-sólido) é uma transição de fase que libera energia latente da água. Da mesma forma, uma transição de fase no Big Bang teria liberado energia latente, responsável pela expansão súbita do universo”.

Teoria do estado estacionário

Defendida pelo astrônomo britânico Edward Milne (1896-1950), essa teoria se opõe à ideia de que o universo esteja em constante expansão. Milne acreditava que o universo é uma entidade sem começo, nem fim – já que a matéria interestelar sempre existiu.

Milne chamou essa ideia de “princípio cosmológico”, em 1933, depois do físico alemão Albert Einstein formulá-la, em 1915.

Além disso, o astrônomo acreditava que a aparência geral do universo é a mesma, tanto no espaço, quanto no tempo: ambos são infinitos.

Seleção cosmológica natural

O físico canadense Lee Smolin, do Perimeter Institute, acredita que o nosso universo surgiu de um buraco negro de outro universo.

A partir disso, ele aplicou, em 1992, a teoria do evolucionismo de Charles Darwin (1809-1882) para explicar a origem do universo.

Cada universo daria origem a muitos outros, como se fosse uma ‘prole’. Assim, os ‘universos-filho’ têm as características semelhantes dos ‘universos-pai’.

Os buracos-negro, no caso, seriam um mecanismo de reprodução.

Teoria M

Também conhecida como a “teoria das cordas”, o “M” significa a “mãe de todas as teorias” relacionadas às cordas e às supercordas. Ou de “mistério”, já que há muitos questionamentos sobre ela.

A teoria das cordas sustenta que as partículas do universo vibram de modos diferentes, como se fossem notas musicais: a partir dessa vibração, uma corda pode ser um elétron em um momento; em outro, pode ser um fóton.

Quando se fala em “teoria das supercordas”, porém, deve-se levar em consideração outras partículas, como os quarks, elemento básico da matéria e o único que interage com as 4 forças fundamentais: a forte, fraca, eletromagnética e gravitacional.

Portanto, ao se colocar os quarks na equação (entre outros elementos), a “teoria das cordas” passa a se tornar “teoria das supercordas”. Cada uma, porém, traz diferentes implicações físicas – tanto que há pelo menos 5 teorias das cordas diferentes.

O diálogo das diferentes teorias das cordas e supercordas forma algo próximo à “teoria de tudo” – ou seja, a teoria M.

Segundo essa linha de raciocínio, o universo flui através de 11 dimensões: o tempo, a altura, a largura, o comprimento e mais 7 dimensões "recurvadas", com outras propriedades.

O problema é que a teoria, criada originalmente por Edward Witten, nos anos 1960, passou a considerar a possibilidade de existir mais um universo.

Em 1995, Witten reformulou a teoria M. “Ele sugeriu que as formas matemáticas diferentes da teoria eram simplesmente maneiras distintas de se olhar para o mesmo problema através da teoria M, com uma nova dimensão”, explicou o físico Elcio Abdalla, da Universidade de São Paulo.

Big Bang: polêmicas e teorias

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