null: nullpx
morte-Mulher

Projeto pretende trazer pacientes “mortos” de volta à vida, mas encontrou obstáculos

Publicado 27 Abr 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
Compartilhar

Em maio de 2016, um ousado projeto para trazer de pacientes “mortos” de volta à vida foi aprovado pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental dos Estados Unidos e da Índia.

Batizado de ReAnima, o projeto consiste em uma experiência inédita no uso de células-tronco para “ressuscitar” neurônios em pessoas clinicamente mortas.

Os testes seriam realizados em pacientes que tenham sofrido algum acidente, por exemplo, e apesar de terem sido declarados mortos clinicamente, continuam conectados a aparelhos que garantem suporte vital.

Mas, em novembro de 2016, a ideia foi barrada pelo Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), conforme informou a revista científica Science.

Reanima: como pretendia funcionar e porque foi barrado

Inicialmente, a experiência pretendia injetar em 20 vítimas de lesões traumáticas consideradas clinicamente mortas, células-tronco com uma mistura de peptídeos (união de dois ou mais aminoácidos por intermédio de ligação peptídica) que, estimulados por lasers e outras técnicas inovadoras, poderiam trazer os cérebros dos pacientes de volta à vida.

Os pacientes - tecnicamente considerados doadores de órgãos - seriam mantidos em sistemas de suporte vitalício até que a equipe tenha base suficiente para realizar os testes, que devem começar em breve e durar cerca de 15 dias.

Acontece que, "embora tenha havido inúmeras manifestações nos últimos anos que o cérebro humano e sistema nervoso pode não ser tão fixo e irreparável como normalmente é assumido, a idéia de que a morte cerebral poderia ser facilmente revertida parece muito rebuscado", disse Dean Burnett, um neurocientista Na Universidade de Cardiff do Reino Unido, ao jornal The Telegraph.

Além disso, de acordo com publicação da revista Science, cientistas e médicos também estão levantando preocupações sobre se o julgamento ReAnima é ético. A reflexão tem como base o fato que, mesmo se o experimento fosse bem sucedido, trazer uma pessoa com morte cerebral de volta a um estado minimamente consciente poderia traumatizar os membros da família.

Por isso, o ICMR cancelou o registro do ReAnima. Mas, os autores do projeto não pretendem desistir. Se necessário, a equipe pretende prosseguir com o julgamento fora da Índia.

Mistérios da mente

Compartilhar
RELACIONADO:morte-Mulher

Mais conteúdo de interesse