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Espinafre pode se transformar em tecido e substituir partes do coração

Publicado 28 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Um estudo da Instituto Politécnico Worcester (WCI), nos Estados Unidos, demonstrou que é possível transformar espinafre em uma parte do coração. Isso porque as células da planta podem ser removidas, restando apenas a estrutura de celulose, que é capaz de transportar sangue humano com suas redes de veias.

A ideia foi do cientistas Joshua Gershlak, que já tinha feito o processo chamado de “descelurização” com um coração. Quando fez o mesmo com uma folha de espinafre, viu que ambos ficavam muito parecidos e imaginou que pudessem funcionar igualmente. E tinha razão.

Em 7 dias, células humanas foram cultivadas e começaram a funcionar da mesma forma como funcionam no próprio coração. Isso abriu portas para acreditar que é possível usar várias folhas para prover o crescimento de camadas de músculos cardíacos, por exemplo.

E a celulose não faz mal para os seres humanos. Ela é natural, “biocompatível e tem sido utilizada em ampla variedade de aplicações de medicina regenerativa, como na engenharia de tecido de cartilagem, de tecido ósseo e cicatrização de feridas”.

Sem contar os benefícios econômicos e ambientais, já que as plantas podem ser facilmente cultivadas, com boas práticas agrícolas e em ambientes controlados.

Transplante de plantas no lugar de órgãos

Segundo o Ministério da Saúde, quase 50 mil pessoas esperam por transplantes de órgãos no Brasil. De acordo com a pesquisa, só nos EUA são mais de 100 mil. Por isso a importância de encontrar um método capaz de criar materiais que possam substituir partes dos órgãos ou eles inteiros, e que sejam eficientes o suficiente para transportar sangue, nutrientes e oxigênio.

“Plantas e animais exploram abordagens fundamentalmente diferentes ao transporte de fluidos, produtos químicos e macromoléculas, mas há semelhanças surpreendentes em suas estruturas de rede vascular”, explicam os autores no corpo da pesquisa sobre engenharia de órgãos.

O procedimento ainda não está em fase de implantação humana, entretanto, quando adaptada, ela pode resolver o grande problema da regeneração de tecidos humanos, ossos, e até organismos inteiros que foram danificados por causa de doenças ou de lesões traumáticas. “Temos muito trabalho a fazer, mas até agora isso é muito promissor”, apontou Genn Gaudette, outro dos autores.

Transplante de órgãos

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