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Teologia da ciência: conheça o cientista que tem teoria para provar existência de Deus

Publicado 28 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Ciência e religião dificilmente caminham lado a lado, mas o padre e cosmólogo Michael Heller provou que isso é possível. Com a “Teologia da Ciência”, em que explica a existência de Deus por meio da formação do universo, ele ganhou o mais cobiçado prêmio da comunidade científica em 2008, o Templeton, que lhe rendeu o equivalente a quase R$ 3 milhões na época.

Quem é Michael Heller

Aos 81 anos, Heller é pós-doutor em cosmologia desde 1966. Atua como professor de filosofia da ciência e lógica, no Instituto Teológico em Tarnow (Polônia) e na Pontifícia Universidade de João Paulo II.

Heller já havia atuado como comunista durante a era soviética, e chegou a ser perseguido por isso. "Apesar da opressão das autoridades comunistas polonesas a intelectuais e padres, a Igreja, impulsionada pelo Concílio Vaticano 2º, garantiu a Heller uma esfera de proteção que o permitiu alcançar grandes avanços em seus estudos", diz o texto de sua biografia.

Ele conhecia pessoalmente o papa João Paulo II, mas não concordava com a posição política do pontífice, que se esforçou bastante para conter o avanço do comunismo nos países do Leste Europeu, nos anos 1980.

Ciência e Deus

Para comprovar a existência de Deus, Heller se debruçou nos estudos de teoria geral da relatividade, mecânica quântica e geometria não-cumulativa, ligando tudo isso a uma “raiz de todas as possíveis causas” que, segundo ele, seria Deus.

"A ciência nos dá o conhecimento, e a religião nos dá o sentido. Ambos são pré-requisitos para uma existência decente", disse Heller. "Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus”.

Deus e o big bang

A partir da lógica de que uma coisa origina a outra, Heller sustentou a “ Teologia da Ciência”, argumentando que o big bang, na verdade, seria uma criação de Deus – e não um fenômeno de expansão do universo que aconteceu há 14 bilhões de anos, como defendeu Edwin Hubble, em 1929, e é amplamente aceita pela comunidade científica.

A base de Heller está justamente no período em que os cientistas menos conhecem da origem do universo: antes do big bang.

Da mesma maneira que muitos cosmólogos defendem que o espaço estava muito quente e denso antes do fenômeno, o polonês acredita que foi uma “sucessão de estados” o responsável pela formação do universo como o conhecemos hoje. “O estado [ físico] anterior é a causa do estado que o sucede", defendeu.

Por sua abordagem, Heller foi duramente criticado por alguns colegas cientistas. O mais ferrenho deles é o biólogo evolucionista Richard Dawkins, um dos maiores defensores do ateísmo da atualidade.

O prêmio Templeton, para Dawings, “é uma soma de dinheiro muito grande que se concede normalmente a um cientista disposto a falar coisas boas da religião”.

Teorias (e polêmicas) científicas

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