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Crânio real mistura neandertal com Homo Sapiens: será o indício de uma nova espécie?

Publicado 7 Mar 2017 – 02:15 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências de Pequim e da Universidade de Washington (EUA) encontraram dois pedaços complementares de crânios que, juntos, formam um ser com características neandertal (homens que viveram entre 130 mil e 30 mil anos atrás) e Homo Sapiens (exatamente como nós somos atualmente). 

Esse crânio pode ser de uma espécie que habitou a cidade onde hoje fica Lingjing, na China, no período Plistoceno, entre 105 e 125 mil anos atrás.

A espécie seria um tipo de “homo arcaico”, segundo os cientistas.

Denisovano: seres antigos

Segundo especialistas que não participaram das descobertas, o crânio pode muito bem ser de um denisovano, espécie descoberta pela primeira vez em 2010 como antigos povos da Sibéria (Rússia). “Todos imaginam que podem ser eles”, disse à revista Science o paleontólogo Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres. Mas, para que isso fosse comprovado, seria necessário realizar testes de DNA.

Os denisovanos seriam uma mistura de humanos com neandertais, assim como sugere os fragmentos dos crânios. Os pesquisadores, porém, não confirmam que essa seria a espécie da descoberta.

“A análise sugere a existência de interconexões entre as populações da antiga Eurásia (continente gigante da Antiguidade que compreende Europa e Ásia) durante o último período Plistoceno”, resumiram os cientistas. “Essa combinação morfológica reflete os padrões evolutivos humanos do período na biologia geral”.

Escavações na China

Em dezembro de 2007, o arqueologista Zhan-Yang Li estava realizando escavações em Lingjing, quando se deparou com pedaços amarelos de uma caveira. Ele as guardou e voltou com uma equipe para ver se descobria mais fósseis. Resultado: encontrou 45 deles, que juntos formavam dois crânios parciais.

Os crânios não tinham rostos nem mandíbulas. Mas tinham peças que estavam bem conservadas, o suficiente para que a equipe notasse uma semelhança com neandertais.

As características desse esqueleto, porém, têm dois detalhes típicos do Homo Sapiens: a região proeminente da testa (principalmente perto de onde ficam as sobrancelhas) e os ossos internos da orelha.

O fato de o crânio ter uma formação bem desenhada e a região do cérebro muito grande exclui a possibilidade de pelo menos dois hominídeos: Homo Erectus e Homo Heidelbergensis, que são ainda mais antigos que os neandertais.

Por mais que os paleontólogos insistam que o crânio seja de um denisovano, Erik Trinkaus, um dos cientistas da Universidade de Washington que está analisando o fóssil, se esquiva dessa possibilidade. “Não faço ideia do que seja um denisovano. Na verdade, ninguém sabe. É apenas uma sequência de DNA”. Esse, talvez, seja o próximo passo a seguir.

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