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Astrofísica da Nasa quer despertar interesse de mulheres pela ciência no Brasil; veja como

Publicado 2 Mar 2017 – 06:00 AM EST | Atualizado 2 Abr 2018 – 09:32 AM EDT
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A cientista brasileira Duília Fernandes de Mello, que mora em Washington (EUA), trabalha há 20 anos na Nasa investigando o espaço e, por estar ‘do lado de lá’, já foi acusada de ‘abandonar’ o país. Quando ela partiu para os EUA, nos anos 1990, disse que o Brasil passava por uma instabilidade financeira, com pouco investimento em ciência.

Para se manter mais atuante em seu país de origem, Duília criou em 2015 a Associação Mulher das Estrelas, onde reuniu diversos mentores de áreas como física, matemática e robótica. O objetivo é despertar o interesse das mulheres pela ciência e incentivar a família a apoiar o jovem – seja ele ‘gênio’ ou não.

Ciência no Brasil

Sem infraestrutura ou investimento por parte do poder público, muitos cientistas brasileiros acabam indo para universidades estrangeiras em busca de dar continuidade aos seus respectivos campos de pesquisa.

O caso no Brasil é tão sério, que até a revista Science deu destaque. Só a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) cortou o investimento em 3.670 projetos de pesquisa num período de dois anos.

Já a FAPESP perdeu o equivalente a quase R$ 100 milhões, que poderiam ser aplicados em pesquisa. “A fuga massiva de cérebros é um risco real. Isso pode afetar toda uma geração de cientistas”, alarmou Stevens Rehen, pesquisador da UFRJ.

Formação de jovens cientistas

As ações da associação vão desde realização de palestras em escolas a distribuição de bolsas para iniciação científica aos melhores estudantes, priorizando as “minorias e excluídos”.

Ela cita como exemplo a história de Alan Alves-Brito, hoje professor do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Lembro que ele me mandou um e-mail quando tinha 19 anos. Ele estava fazendo Física numa universidade em Feira de Santana, na Bahia, e me pediu dicas para fazer mestrado e doutorado”.

Alves-Brito evoluiu na carreira, chegou a estudar no Instituto Max Planck de Astrofísica, na Alemanha, e fazer pós-doutorado no Chile. “Ele foi um estudante minoria, e hoje é um grande astrônomo. Fico muito orgulhosa, porque é um rastro que estou deixando”.

Ajudar as pessoas a perseguir carreira como cientistas é uma forma de Duília saldar o débito que diz ter com o país. “O Brasil me deu um bacharelado, um mestrado e um doutorado em Astronomia. Resolvi há 20 anos que queria dar tudo de volta ao país, e estou fazendo isso até hoje”.

A ciência e o Brasil

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