Chega de pesadelos: cientistas garantem que é possível controlar os próprios sonhos
Imagine a seguinte situação: você está dormindo e sonhando com algo muito legal. No auge do sonho, o som do despertador lá no fundo estraga tudo, você acorda e pensa: “Nãooooo, quero continuar dormindo e descobrir o final do sonho”. Mas, fazer o que, né?
Pior ainda é quando estamos no meio de um pesadelo e apesar de desejar muito acordar, não conseguimos e também não somos capazes de mudar o curso dos acontecimentos. Certo? Errado.
Segundo a ciência, controlar os sonhos é possível SIM.
Como interferir nos sonhos?
De acordo com Andréa Bacelar Rego, coordenadora da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), estudos já comprovaram que todo mundo sonha. Isso acontece todas as noites, sem exceção, e temos mais de um sonho por noite. “São de 4 a 6 ciclos de sono por noite”, revela a neurologista.
O conteúdo do sonho pode tanto ter a relação com o que foi visto e vivido durante o dia ou em períodos próximos, como com eventos do passado e ainda com fatos que nunca aconteceram. “Os sonhos podem conter dados que são reais ou dados que foram inventados pelo cérebro”, explica.
Por isso, de certa forma, é possível tentar induzir antes ou controlar o que vai ser sonhado. De acordo com Andréa, eventualmente, se você estiver pensando em algo com muita frequência, ou com muita preocupação, pode ser que sonhe com isso.
Você pode experimentar algumas técnicas formuladas por especialistas do sono, como a “indução mnemônica de sonhos lúcidos (MILD, em inglês). Segundo ela, se antes de dormir, você lembrar de um sonho recente, e imaginar que estava lúcido dentro dele, repetindo a frase “eu vou ter um sonho lúcido essa noite”, existem grandes chances de você estar consciente enquanto sonhar.
Outra dica é levantar no meio da noite, ficar acordado por apenas 30 minutos e voltar a dormir com a mesma intenção em mente. A ideia de reforçar no seu sonho a percepção de que você está sonhando ajuda a ter maior controle sob a mente.
Dá para evitar pesadelos?
Entre 2 e 6% da população mundial tem pesadelos recorrentes, que acontecem mais de uma vez por semana. Dessa porcentagem, as mulheres sofrem mais do que os homens e desenvolvem problemas como insônia, estresse e transtornos como o pânico.
De acordo com a Teoria dos Sonhos Lúcidos, do cientista Stephen LaBerge, e estudos realizados sobre o assunto como o da Faculdade de Psicologia de Lincoln, no Reino Unido , é possível controlar os pesadelos e até interferir no sonhos para que eles não atrapalhem a saúde.
O cientista dá algumas dicas: quando se percebe que está em um pesadelo por exemplo, tentar relaxar é o primeiro passo. Se sonhar que está caindo, imaginar um chão debaixo dos pés ou que você está voando, com asas ou paraquedas, pode ajudar.
Depende muito do tipo de pesadelo, mas tentar interagir com os acontecimentos e com as pessoas tende a funcionar, de acordo com LaBerge. Se está fugindo de alguém que quer te fazer mal, estabelecer contato direto com o indivíduo também pode fazer diferença.
Segundo a neurologista Andréa, ainda existem outras duas formas clínicas de controlar os pesadelos: medicamentos e terapia.
A mais eficaz é a terapia comportamental e cognitiva para pesadelos, que tem a finalidade do indivíduo reproduzir o pesadelo e modificar o desfecho do sonho. “O terapeuta faz o paciente mentalizar e criar um novo fim. É um exercício frequente que tende a modificá-lo”, diz ela.
O procedimento só deve ser feito por profissionais habilitados e treinados para isso. Mas também existe outra opção, que é com medicamentos que diminuam a quantidade de sono REM. “Não é o ideal, porque precisamos de todos os estágios de sono todas as noites, mas às vezes, diminuir esse percentual minimiza”, aponta Andréa.
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