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Segredo da boa limpeza: detergente que faz muita espuma limpa mais? Químico responde

Publicado 11 Nov 2016 – 09:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Colocar bastante detergente na esponja para lavar a louça e fazer muita espuma ao esfregar copos, pratos e talheres parece ser a forma mais certa de deixar tudo limpinho, né?

Afinal, aprendemos desde cedo que uma louça bem lavada precisa de bastante detergente e quanto mais espuma, melhor. Mas, será que essa lógica faz sentido em uma visão mais científica? 

Conversamos com um professor de Química que nos ajudou a desvendar este mistério. E, acredite, o segredo da boa limpeza está na água e não no detergente (sim, nós também ficamos chocados).

Como funciona o detergente

Alguns hábitos que repetimos no dia a dia ganham tanta força que parecem verdade absoluta. E o fato de a espuma do detergente ser uma forma de limpar melhor é uma delas.

Para começar a derrubar os tabus, é importante entendermos como funciona o detergente.

O produto é um agente químico que, em contato com as moléculas de gordura do resto de comida que você deixa no prato, serve como uma ponte entre a água – já que você vai enxaguar tudo no fim das contas – e a sujeira. Assim, a comida é ‘carregada’ pela molécula do detergente, que quebra as moléculas de oleosidade. Por isso, elas desgrudam do seu prato mais facilmente.

A espuma ajuda a limpar?

Fato é que formar ou não espuma é indiferente para a capacidade de limpeza do sabão ou detergente. A explicação é do professor de Química do Colégio Anglo Indaiatuba Alexandre Hamada.

“A espuma nada mais é do que ‘bolhas de ar presas no sabão’. Porém, comumente associa-se a formação de espuma com um sabão melhor. A razão dessa associação talvez esteja na água ‘dura’”, esclarece.

Essa ‘água dura’ pode sair de algumas torneiras das casas brasileiras e esta característica, acredite, é o que diminui a performance do detergente para deixar tudo limpo.

Atenção à aula de Química (e Geografia): em algumas regiões do Brasil, a água passa por solos calcários ou fica depositada por ali. Isso faz, nas palavras do professor, com que “ela passe a ter uma grande concentração de cátions cálcio e magnésio dissolvidos”, ou seja, que se torne uma ‘água dura’.

“Quando se utiliza sabão em ‘água dura’, esses cátions se juntam às moléculas do sabão e diminuem muito a sua capacidade de interagir com a água. Nestes casos, portanto, não se forma espuma e o sabão não funciona bem. Daí vem a associação de que sem espuma, o sabão é ruim e não limpa”, comenta o químico. “Mas, repare que o sabão não funciona bem não por suas características em si, mas, sim, por causa da água”.

A indústria de detergente, entretanto, já se ligou nessa ligação que o consumidor faz entre espuma e limpeza. 

Nos detergentes modernos, por exemplo, são colocados aditivos que sequestram os cátions cálcio e magnésio da água. Assim, ela fica “quase livre desses íons, permitindo a boa atuação do detergente e, também, a formação de espuma”, mesmo que a espuma não faça diferença, de fato.

Limpeza de casa

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