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Cientista comprova que música alta pode fazer mal para a memória de bebês

Publicado 27 Out 2016 – 09:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Sabemos que música e ruídos altos não combinam com crianças, né? Mas, o que parecia gerar apenas um desconforto nos bebês, que costumam chorar ao ouvir um barulhão, é, na verdade, muito mais grave... Cientistas do Centro de Estudos Farmacológicos e Botânicos da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, observaram em um estudo com ratos que a música ou o ruído altos durante a fase de crescimento pode afetar os mecanismos de memória e aprendizagem da criança.

Danos reais no cérebro

O trabalho, que foi publicado na revista "Brain Research", foi conduzido usando roedores entre 15 e 30 dias - idade equivalente a humanos entre 6 e 22 anos.  Os roedores forem expostos a ruídos entre 95 a 97 decibéis (dB) , superior ao nível seguro considerado aceitável (70-80 dB), mas abaixo do que foi alcançado em um concerto de música (110 dB), por exemplo.

A descoberta foi que, após duas horas de exposição, os ratos sofreram danos nas células no cérebro. E o pior, essas alterações aconteceram no hipocampo, uma região associada aos processos de memória e aprendizagem. "Isto sugere que o mesmo poderia ocorrer em humanos em desenvolvimento, embora seja difícil de provar, porque não podemos expor as crianças a este tipo de experiências", disse à BBC Laura Guelman, coordenadora do projeto.

O risco do som alto no fone de ouvido

Já se sabia que os sons altos podem causar alterações auditivas, cardiovasculares e endocrinológicas (além de estresse e irritabilidade), mas Guelman disse que é a primeira vez que alterações morfológicas são detectadas no cérebro. “A partir disso, pode-se teorizar que os níveis de ruído a que as crianças estão expostas em clubes ou quando ouvem música alta com fones de ouvido pode causar déficits de memória e de atenção a longo prazo”.

Além disso, o estudo mostrou que as crianças submetidas a uma única exposição ao som alto podem ter danos mais prejudiciais do que as que são submetidas a exposições prolongadas. Durante a experiência, os pesquisadores trabalharam com dois grupos de ratos: um deles ouviu ruídos durante duas horas em um único dia e outro que recebeu o mesmo estímulo, uma vez por dia durante duas semanas. Após 15 dias, os ratos que tinham sofrido uma única exposição no início da experiência mostraram sinais mais evidentes de danos.

O especialista, no entanto, se recusa a tirar conclusões precipitadas porque no estudo o som experimentado foi o chamado ruído branco, um sinal que contém todas as frequências de som, e é percebido como se fosse o barulho de uma TV mal sintonizada. De qualquer forma, este estudo deve servir como um alerta para evitar a exposição das crianças a sons altos.

Para incentivar o raciocínio e a aprendizagem

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