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Cérebro em tamanho miniatura foi desenvolvido para ajudar na cura da microcefalia

Publicado 29 Set 2016 – 02:44 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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O cérebro humano pesa 1,2 kg e abriga mais de 100 bilhões de células – número comparável ao de estrelas que existem em nossa galáxia. A fim de entender melhor o desenvolvimento do cérebro, a neurobióloga Madeline Lancaster, de Cambridge (Reino Unido) criou cérebros tamanho miniatura. Ela pretende explorar características únicas, como as variações das células e sua capacidade de expandir de tamanho.

Os cérebros em miniatura também podem ajudar a descobrir a cura de algumas doenças, como a microcefalia. Entenda. 

Células do cérebro

A ideia de criar pequenas réplicas de nossos cérebros tem fundamento científico: ‘miniaturizar’ o cérebro é uma forma de estudar melhor as mais de 100 bilhões de células que abrigamos no cérebro. “Essas características são difíceis de examinar em organismos modelo, como ratos, e geralmente são a causa de doenças neurológicas únicas para os humanos, como o autismo e a esquizofrenia”,   explicou Madeline.

Como comparativo, cérebros de animais que servem como base em pesquisas científicas são muito menores que os nossos. O dos ratos, por exemplo, tem 0,4g. De um gato, 30g. Chimpanzés se destacam por ter um grande neurônio no reino animal, com 400g em média, mas este é um número ainda três vezes menor que o peso do cérebro humano: 1,2 kg.

“Como esforço de entender melhor o desenvolvimento do cérebro humano, criamos um novo sistema modelo, que chamamos de organoides cerebrais”, refere-se a neurobióloga aos cérebros de miniatura.

Pequenos cérebros: como são feitos

A especialista utiliza células cultivadas a partir de amostras de pele de uma haste cerebral, região responsável pelas nossas coordenações motoras. Depois, ela banha essas amostras em nutrientes e vitaminas que estimulam o desenvolvimento de neurônios, antes de reservá-las num gel com bastante proteína para que eles ‘floresçam’ em pequenas placas de vidro.

“Esta ferramenta pode ser usada para responder todos os tipos de perguntas sobre um cérebro em desenvolvimento”, disse Madeline à BBC.

Minicérebros e a Microcefalia

A neurobióloga tem se dedicado a estudos para compreender a formação cerebral durante o processo de microcefalia, anormalidade bastante mencionada nos últimos anos por ser uma das causas do zika vírus, que provoca nascimento de bebês com crânios menores.

Além disso, Madeline explica que obteve muitos avanços ao entender a reação cerebral diante de deficiências intelectuais e do autismo, “introduzindo mutações observadas nesses distúrbios e examinando o desenvolvimento orgânico de cada uma delas”.

“Com estes estudos, esperamos lançar luz sobre questões fundamentais sobre o que nos faz ser humanos e começar a resolver questões difíceis relativas a uma série de doenças neurológicas debilitantes”, conclui Madeline. Um pequeno passo para entender e, futuramente, encontrar a cura de complicações que continuam intrigando a medicina.

Neurociência no dia a dia

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