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Saiba por que o rato virou o bicho mais usado para simular o homem em laboratório

Publicado 3 Ago 2016 – 04:09 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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Um rato, desses utilizados em pesquisas de laboratório, pode atingir cerca de 44 centímetros e vive em torno de três anos. Você já se perguntou, então, por que ratos são usados em pesquisas para simular o corpo humano?

Por que os ratos são usados como cobaias?

Segundo estudos do Departamento de Imunobiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), animais como ratos, camundongos, hamsters e as cobaias – espécies de ratos – são  os mais utilizados na realização de pesquisas.

Isso acontece porque a fisiologia (conjunto de funções mecânicas, químicas e bioquímicas do corpo) deles é muito parecida com a dos seres humanos. De acordo com o médico Drauzio Varella, homens e ratos possuem cerca de 30 mil genes, sendo apenas 300 genes responsáveis pelas diferenças entre eles.

Não é à toa que eles são amplamente utilizados em experiências para entender como o organismo humano pode reagir. Mas não é só a semelhança que faz desses animais a escolha científica para os testes.

O período de gestação curto, de 21 dias, permite que os resultados das pesquisas possam ser checados com uma velocidade maior. E a facilidade na reprodução, que pode levar de 3 a 6 ninhadas por ano, ajuda a testar efeitos de remédios sobre os descendentes em uma espaço curto de tempo, por exemplo.

Isso sem contar que é mais barato cuidar de animais de pequeno porte, que além de ocupar menos espaço, se adaptam a novos ambientes com facilidade e tendem a ser mais calmos e dóceis do que outras espécies.

Experiências com ratos de laboratório: quando começou?

Os ratos começaram a ser usados por volta do início do século 19 e, hoje, já configuram 95% dos animais de pesquisas genéticas, de medicamentos e cosméticos, segundo dados da Fundação de Pesquisas Biomédicas.

Mas também são amplamente presentes em testes para entender e tratar doenças como hipertensão, diabetes, problemas respiratórios, Parkinson, Alzheimer, câncer, HIV e até em testes comportamentais, sensoriais e de nutrição.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por exemplo, exige que a segurança de medicamentos seja testada com o uso em ratos ou camundongos.

Testes com animais: prós e contras

Não é toda a comunidade científica que concorda com o uso de animais para testes de laboratório.

Algumas pesquisas, como a de David Masopust, da Universidade de Minnesota, dos Estados Unidos, publicada na revista científica Nature, apontam que animais como os ratos, por exemplo, são modelos pobres para simular o sistema imunológico do ser humano, porque se assemelham mais com os bebês humanos do que com adultos.

Apesar das maiores críticas estarem dirigidas a testes que envolvem cosméticos, ativistas em prol dos animais são contra o uso de animais como cobaias científicas. Acreditam que a prática é cruel e desnecessária, porque já que existem alternativas, como o uso de técnicas em vitro, com tecidos e células criados artificialmente, por exemplo.

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