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Alimentos em risco de extinção

Publicado 30 Jun 2016 – 06:30 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Aquecimento global, extração e caça sem controle podem levar a extinção de alimentos tipicamente brasileiros. Na lista de sabores ameaçados no país estão 24 alimentos, de acordo com o levantamento chamado Arca do Gosto realizado pela Organização Não Governamental (ONG) Slow Food Brasil. O objetivo é documentar produtos gastronômicos especiais, que estão em risco de desaparecer. Mais de mil produtos ao redor do mundo foram integrados à Arca. Sua extinção pode prejudicar parte da população brasileira, onde alimentos específicos de cada região são fonte de vitaminas e nutrientes.

Entre os alimentos da lista estão pirarucu, mel abelhão sem ferrão, pinhão, palmito e umbu. Confira o que cada um oferece aos brasileiros, de acordo com a nutricionista Alessandra Rodrigues.

Alimentos que podem desaparecer 

Palmito 

O palmito juçara é a espécie que está correndo o maior risco de extinção. Muito consumido por indígenas, a maior parte do palmito é removida através de métodos não sustentáveis de extração, executados por palmiteiros no Litoral Norte, Litoral Sul e Vale do Ribeira, segundo a ONG. “Rico em fibras, proteínas e, principalmente, vitamina A, pode ser usado em diversos tipos de dietas entre elas a hipossódica, por ser isento de sódio, para dietas com restrição a glúten, pois não contem glúten, para diabéticos, uma vez que não altera a glicemia do paciente, e ainda tem razoável quantidade de fibras, o que melhora o controle glicêmico e auxilia no bom funcionamento do intestino”, aponta Rodrigues.

Pirarucu 

“Um estudo conduzido sobre pescados do Amazonas mostrou que eles são ricos em nutrientes importantes como: cálcio, ferro, zinco, sódio, potássio e selênio, sendo suas quantidades suficientes para suprir as principais deficiências minerais das populações vulneráveis da Amazônia, uma vez que atendem às recomendações diárias para um adulto. A maioria das espécies apresentou concentrações de proteína entre 18 e 20 gramas para cada 100 gramas de carne, quantidade significativa, com um detalhe muito importante: os perfis de aminoácidos observados tornam essa proteína de alto valor biológico. Além disso, assim como todos os peixes, é pobre em gorduras, em especial quando comparado ao produto carne vermelha, ainda que magra. Esse mesmo estudo apontou altas concentrações de ácido palmítico e ácido oléico ou ômega 9, além da presença de ácidos linoléico e linolênico em concentrações similares a dos peixes marinhos brasileiros, sendo que essas gorduras são boas para ação protetora do coração, além de auxiliar no sistema imune por ter ação anti-inflamatória.”

Mel abelhão sem ferrão 

“O mel, pólen, geoprópolis e cera de abelha sem ferrão são utilizados pelos índios e trabalhadores rurais no combate às doenças pulmonares, inapetência, infecção dos olhos, fortificantes e agentes bactericidas. Além de ser o adoçante natural e fonte de energia, o mel produzido a partir do néctar apresenta efeitos imunológicos, antibacterianos, anti-inflamatórios, analgésicos, sedativos, expectorantes e hiposensibilizadores. O mel contém a maioria dos elementos químicos essenciais para o organismo, como: sódio, potássio, cálcio, magnésio, manganês, cobre, molibdênio, ferro, entre outros. Apesar de estarem presentes em pequenas porcentagens no mel, são altamente biodisponíveis e atuam de maneira importante no sistema imunológico.”

Pinhão 

O pinhão é típico da Serra Catarinense, território montanhoso do estado de Santa Catarina. Sua economia é tradicionalmente baseada no uso dos recursos florestais, agricultura e pecuária. O fruto da Araucária, árvore nativa e símbolo da região meridional do Brasil, a ponto de ser chamada comumente de Pinheiro do Brasil, sempre esteve na base do sistema alimentar dos habitantes desta área, tanto os humanos como os animais, de acordo com a ONG Slow Food Brasil. O povo indígena consumia o pinhão coberto com as folhas da araucária, colocava fogo para assá-lo, depois descascando-o e sendo consumido na floresta. “O pinhão, apesar de altamente calórico, é extremamente nutritivo, uma vez que sua polpa é formada por amido, vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo, vitaminas do complexo B e proteínas”, explica a nutricionista, lembrando que ele pode ser consumido assado ou cozido e ainda adicionado à saladas, risotos, farofas ou simplesmente ser usado como aperitivo.

Umbu 

“O umbu é uma fruta tropical brasileira de paladar extremamente agradável. É uma planta xerófila, caducifólia, da família das anacardiáceas, que se adapta ao calor, aos solos pobres e à falta de água. Pode ser utilizado para fabricação de polpa, suco, sorvete, doce, geleias e outros produtos doces. O umbu possui significativa quantidade de vitamina C, potente antioxidante que auxilia no sistema imunológico.”

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