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Vasectomia: é possível reverter

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A estrutura familiar está mudando a olhos vistos. Famílias se formam, se desfazem, novas se formam a partir destas, e aí surgem casais que, mesmo com filhos de casamentos anteriores, decidem aumentar a prole. O que fazer quando o homem que fez uma vasectomia se envolve em outro relacionamento e deseja ter um filho com a nova parceira? Para essa questão existe uma solução: a cirurgia de reversão da vasectomia.

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O assunto é polêmico. Até textos distribuídos para a população afirmam categoricamente que a vasectomia é irreversível, quando a maioria dos médicos diz que ela pode ser revertida na maioria dos casos. Ronaldo Damião, coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), garante que "não há casos em que a reversão da vasectomia não possa ser feita, mesmo quando é causada uma grande destruição do ducto deferente durante a primeira cirurgia. Técnicas microcirúrgicas mais elaboradas permitem a recanalização da via de saída dos  espermatozoides".

Tomando a decisão

Assim como na ligadura de trompas nas mulheres, a opção pela vasectomia como método contraceptivo deve ser uma decisão tomada pelo casal, depois de muita conversa com toda a família e, principalmente, com o médico e com uma assistente social. De acordo com a Lei 9.263, sobre a regulamentação do planejamento familiar, a vasectomia pode ser feita por homens acima de 25 anos, com pelo menos dois filhos vivos ou nos casos em que a gravidez da cônjuge possa gerar risco de vida. Apesar de ser um procedimento reversível, o melhor é que não haja arrependimento depois.

O piloto de avião Leonardo Araújo fez a cirurgia de vasectomia quando tinha 31 anos e afirma que não se arrepende, pois já tem dois filhos. "Nunca me arrependi. Muito pelo contrário: a tranqüilidade que o resultado transmite ao casal - apesar de haver uma remotíssima chance de autorregeneração - é muito grande. Além disso, manter três ou mais filhos é muito difícil e caro hoje em dia", conta. Outro fator decisivo para a opção pela vasectomia foi o fato de a mulher não se adaptar muito bem a anticoncepcionais: "Por isso, a decisão foi facilmente tomada e ambos concordaram", diz Leonardo.

Segundo Ronaldo Damião, as estatísticas mostram que os casos de arrependimento estão em torno de 2% e os mais comuns são motivados por separação ou morte da companheira, seguida de um novo relacionamento com outra mulher, mais jovem e que deseja engravidar. "Já houve alguns poucos casos em que a motivação foi o falecimento do filho ou filhos que tinham. Um determinado casal, ainda, decidiu fazer a vasovasostomia (reversão da vasectomia) para tentar gerar um bebê que servisse de doador de medula para uma das filhas que tinha uma forma rara de leucemia. Este método, no entanto, é muito oneroso e de eficácia restrita. Contudo, com a reversão, conseguiram gerar o bebê que desejavam", lembra.

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