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Médico fala dos riscos da gravidez depois dos 40

Publicado 30 Jun 2016 – 05:45 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Em busca de mais estabilidade na carreira profissional, muitas mulheres optam por adiar os planos da maternidade. A opção é positiva no sentido de haver um melhor planejamento pessoal e financeiro. Mas há também alguns riscos, já que, quanto mais tarde, mais difícil fica engravidar, especialmente depois dos 40 anos. "A partir dos 35 anos a função ovariana já começa a declinar, aumentando os ciclos anovulatórios, ovulações imperfeitas e também as chances de aborto. Há uma dificuldade maior tanto na concepção como na manutenção da gravidez", explica o ginecologista Eddy Nishimura, do Hospital Santa Cruz de São Paulo.

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O médico diz que, com o desenvolvimento das técnicas de reprodução humana, os métodos para melhoramento de gametas e congelamento de embriões de óvulos e esperma, facilitou muito, se tornando uma garantia para retardar a primeira gravidez. Além disso, a indução, monitoramento e fertilização assistida garantem uma maior possibilidade de sucesso na gravidez e sua manutenção. Ainda assim, tais gestações são consideradas de alto risco. "A partir da quarta década de vida, além de doenças como diabete, hipertensão crônica, hipotireoidismo, colagenoses e miomas, aumenta a possibilidade das chamadas cromossomopatias, como a Síndrome de Down. Quanto a outros riscos, incluem-se o nascimento prematuro, retardo de crescimento, baixo peso ao nascer, complicações no parto, pré-eclâmpsia, placenta prévia, gestação prolongada, rotura prematura de membranas e maior incidência de cesariana", esclarece.

Por isso é fundamental que haja uma programação antes de uma gravidez mais tardia, incluindo preventivamente um preparo corporal com exercícios, alimentação adequada e exclusão de hábitos como tabagismo. Os outros cuidados com a saúde como, check-up periódico geral e ginecológico, permitem uma gravidez com melhores condições físicas e um acompanhamento mais próximo da normalidade. "Embora ainda os dados sejam conflitantes, talvez uma mulher acima dos 35 anos com boas condições de saúde não tenha tanto risco em relação à uma jovem, mas é fato também que acima dos 40 anos existem riscos inerentes ao progredir da idade como o envelhecimento do útero e assoalho pélvico, além da maior incidência de doenças crônico-degenerativas e consequente aumento da necessidade de medicação para a gestante", afirma.

Numa consulta ao obstetra antes de iniciar as tentativas de gravidez, a futura grávida será avaliada e receberá as orientações necessárias. São importantes os exames pré-concepcionais como sorologias e exames hormonais, além da prescrição de acido fólico antes da concepção. Ao engravidar, a gestante seguirá um acompanhamento que já estava em andamento, com o obstetra ciente das necessidades e características de sua paciente.

O médico diz que, devido à idade, há também mulheres que acham que estão entrando na menopausa e só depois descobram que é gravidez. "A gravidez acima dos 45 anos é possível, podendo ser uma surpresa para a mulher que confunde o atraso com a chegada da menopausa. Por isso é preciso cuidado com o método anticoncepcional utilizado".

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