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Laqueadura de trompas

Publicado 30 Jun 2016 – 05:44 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Quando a mulher está segura da escolha de não ter mais filhos, a  esterilização  feminina, também conhecida como  laqueadura tubária, é uma das alternativas mais procuradas. O método de anticoncepção é permanente , com risco baixíssimo de falha na cirurgia (cerca de 0,5% dos casos), o que faz com que a decisão precise ser muito bem pensada, não apenas pela mulher, mas também pelo parceiro. Caso haja alguma mudança de planos e surja a vontade de ter filhos, a reversão é difícil, dispendiosa e, mesmo quando ocorre com sucesso, aumenta as chances de gravidez com complicações.

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"Embora existam algumas cirurgias que possibilitam a  reversão  da  laqueadura, engravidar novamente pode não ser tão simples assim. Existe uma taxa de falha grande nas reversões e, geralmente, quem volta atrás e decide engravidar depois de ter feito a laqueadura precisa recorrer a métodos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (bebê de proveta)", afirma o médico Rogério Bonassi, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e professor de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí

Como é feita a laqueadura de trompas

Considerada a forma mais eficaz de prevenir a gravidez, a laqueadura consiste na ligadura das trompas de falópio, impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo. É uma cirurgia simples, feita pelo médico ginecologista, sem qualquer outra finalidade além do controle de natalidade.

Além de eficaz, o procedimento não apresenta riscos colaterais em longo prazo, não oferece qualquer efeito sobre a função hormonal, não interfere no ciclo menstrual, reduz o risco de doença inflamatória pélvica e ainda protege a mulher contra o câncer de ovário. "Mas é importante frisar que uma complicação séria da esterilização é o arrependimento", diz o médico.

Técnicas de esterilização feminina

Há várias técnicas que podem ser utilizadas para a esterilização feminina. A mais comum é a laparotomia, por meio da qual o ginecologista faz uma incisão como a da cesárea na barriga da mulher, corta e "amarra" a trompa. Também existem a laparoscopia, em que o médico faz três furinhos no abdômen, passa o laparoscópio por um dos cortes e, com o auxílio da câmera, faz a laqueadura (corta, amarra ou queima as trompas); ou a histeroscopia, feita pelo útero através da introdução de alguns anéis que obstruem o trajeto do espermatozoide às trompas. O acesso pela via vaginal também é possível, mas menos utilizado. "O procedimento não tem nenhuma consequência ou repercussão. Se a cirurgia deu certo, a paciente muito provavelmente não terá problemas. Mas podem ocorrer complicações raras da cirurgia, como sangramento, infecção, reações alérgicas à anestesia, etc", explica.

Laqueadura pelo SUS

Quem já tomou a decisão de não ter mais filhos, certa de que não haverá mudanças de ideia, pode recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para que a solicitação seja aprovada, a mulher deve estar dentro do perfil estabelecido – 25 anos e/ou pelo menos dois filhos. Após o pedido, deve ser aguardado um prazo de 60 dias até a sua realização, período no qual o SUS oferece acesso a serviço de regulação da fecundidade e aconselhamento de equipe multidisciplinar. Estas reuniões de planejamento familiar, realizadas nos postos de saúde, são extremamente importantes, especialmente porque o SUS não faz reversão da laqueadura.

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