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Sintomas da diabetes gestacional

Publicado 30 Jun 2016 – 05:44 PM EDT | Atualizado 3 Abr 2018 – 09:17 AM EDT
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Aumento da sede, do apetite e da vontade de fazer xixi é comum na gravidez, mas esses fenômenos também fazem parte dos sintomas da diabetes gestacional, que inclui ainda uma possível perda de peso e sensação de fraqueza.

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Exatamente por serem sintomas muitas vezes confundidos com os da própria gestação, é essencial que o obstetra que acompanhe a gravidez faça um rastreamento a fim de detectar a presença da doença. Esse cuidado deve ser tomado a partir da 24ª semana de gestação nas mulheres que configuram nos grupos de risco, que inclui mulheres com sobrepeso ou que engordaram muito durante a gravidez, idade avançada (acima dos 35) e com histórico da doença na família. O problema também pode atingir as mulheres cujo primeiro filho nasceu com sobrepeso.

Como identificar a diabetes gestacional

O rastreamento funciona assim: é feito um exame onde o médico dá uma sobrecarga de glicose à mãe e observa, por meio de exames de sangue feitos de hora em hora, o tempo que a corrente sanguínea leva para absorver o açúcar. Uma vez identificado o diabetes gestacional, o procedimento inicial é balancear a dieta da gestante com menor quantidade de carboidratos e monitorar a glicemia, o que geralmente é feito em casa através do exame de dextro – aquele em que o paciente, com o equipamento adequado, faz um pequeno furo na ponta do dedo e coloca uma gota de sangue na fita reagente, que revela o nível de glicose no sangue. "Se a dieta não for suficiente, a paciente começa a receber doses de insulina, podendo inclusive ser internada para que a dose seja acertada. Os níveis de glicose podem variar, portanto a gestante deve ser monitorada até o bebê nascer", explica a obstetra Dra. Arícia Helena Giribela.

O que é diabetes gestacional

Essa doença se caracteriza pela alteração do metabolismo do açúcar, que ocorre devido às mudanças pelas quais passa o corpo da mulher durante a gravidez. Ela normalmente se manifesta a partir da 20ª semana e se mantém até o final da gestação, apresentando riscos mais sérios para o bebê do que para a própria mãe.

É normal que o corpo da mulher passe por uma série de modificações durante a gravidez. Uma delas é o bloqueio parcial da ação da insulina, causado por hormônios produzidos pela placenta. Isso compromete o transporte do açúcar até as células, aumentando o nível de glicose no sangue. As mulheres que não têm uma reserva de insulina que possa compensar essa disfunção acabam desenvolvendo o diabetes.

"Se for o caso do diabetes puramente gestacional, ele some quando a criança nasce", esclarece a especialista, lembrando que há casos em que a doença já existia, mas só foi descoberta durante a gestação e, portanto, irá prevalecer após o nascimento. "No caso da mãe que já era diabética e fazia tratamento, o remédio tem de ser modificado, porque a maior parte dos medicamentos tomados por via oral não podem ser usados na gravidez. A maioria delas passa a fazer o tratamento com insulina, o que não prejudica o bebê".

Riscos para a mamãe e o bebê

"Os riscos para a mãe são os mesmos de um diabetes fora da gestação: alterações renais, excesso de açúcar no sangue, o que causa tonturas, mal estar, piora de cicatrização, entre outros", explica Dra. Arícia. "O pior é para o bebê: ele geralmente fica acima do peso normal, o que chamamos de macrossomia, impedindo o parto normal, e, frequentemente, há casos de malformações, principalmente cardíaca", alerta. Existem ainda indícios de que filhos de mães que tiveram diabetes durante a gestação têm mais risco de serem obesos na vida adulta e de desenvolverem diabetes, uma vez que o organismo foi sobrecarregado na gestação. A mãe também corre maiores riscos de desenvolver diabetes no futuro.

Como evitar diabetes gestacional

A orientação da obstetra Dra. Arícia Helena Giribela é engravidar de forma planejada, mantendo o peso adequado e fazendo exames prévios para detectar alterações no metabolismo dos açúcares. "Além disso, deve-se manter o ganho de peso a, no máximo, 1 kg por mês, o que deve ser controlado com exercícios físicos e dieta", orienta a profissional, lembrando que a atividade física deve ser iniciada antes da gravidez e ser modificada de acordo com o momento de gestação e a orientação médica.

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