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Placenta prévia

Publicado 30 Jun 2016 – 05:40 PM EDT | Atualizado 3 Abr 2018 – 09:17 AM EDT
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A placenta prévia é uma causa importante de hemorragia (sangramento) no último trimestre de gestação. Ela é definida pela presença do tecido placentário (que nutre o feto), recobrindo o orifício interno do colo uterino, ou muito próximo do mesmo, após 28 semanas de gestação, período no qual a placenta se fixa definitivamente no corpo uterino.

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Para que se estabeleça a placenta prévia nem todo o orifício do colo uterino precisa estar recoberto. Até mesmo quando a placenta apenas margeia o orifício, o risco de complicações já existe. Alguns autores consideram o risco aumentado para sangramentos em placentas que estão inseridas em até 7 cm do colo uterino.

Durante o período gestacional, a localização da placenta pode mudar, exemplo disto é o fato de que a maioria das placentas que recobrem o colo uterino durante o segundo trimestre de gestação, não recobrirá mais durante o final da gravidez. Por este motivo, o diagnóstico é feito principalmente no terceiro trimestre, quando a chance de ocorrer alteração na localização é muito menor. Inclusive, durante o trabalho de parto é possível que ocorram mudanças na relação da placenta com o orifício do colo do útero.

Esta complicação obstétrica ocorre em cerca de 1 (um) a cada 300 partos. Parece que há um aumento nos casos de placenta prévia nos últimos anos, o que poderia ser explicado pela idade materna avançada ou maior número de cesáreas anteriores, que são fatores de risco para esta patologia. Além destes, outros fatores que aumentariam a chance de placenta prévia seriam: multiparidade (grande número de gestações anteriores) e gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos, etc.), sendo que nestas gestações a chance de ocorrer é 40% maior. Cirurgias uterinas anteriores e tabagismo, também poderiam ser considerados fatores de risco.

Esta condição pode levar a complicações sérias, inclusive ao óbito materno. Nos países subdesenvolvidos, nos quais as condições de assistência a saúde pública são precárias, a mortalidade materna por esta doença é maior do que nos países desenvolvidos. Outras complicações que podem ser causadas pela placenta prévia são: óbito fetal (cerca de 10% dos casos), aumento da chance de malformações congênitas e restrição do crescimento fetal.

Sempre que uma gestante, acima de 24 semanas de gestação apresentar sangramento transvaginal indolor e sem contrações uterinas, sem nenhum motivo aparente e de início súbito, deve-se pensar nesta doença. Em alguns casos, pode até ocorrer contração uterina juntamente com o sangramento, sendo necessária uma avaliação ultrassonográfica para diagnóstico da placenta prévia.

Os sangramentos tornam-se progressivos e mais graves a cada episódio. Por este motivo, no primeiro sinal de sangramento a gestante deve procurar um serviço de emergência, no qual, após a confirmação do diagnóstico ela deve permanecer internada na unidade. Geralmente, esta patologia leva à necessidade da interrupção da gestação, através da realização do parto cesariana. Por isso, em alguns casos selecionados, pode ser possível a conduta expectante, no qual se tenta postergar o maior tempo possível do parto, para maior maturidade fetal.

O importante é a gestante procurar um serviço de emergência no primeiro sinal de hemorragia, mais do que isto, sempre que algo esteja ocorrendo de forma diferente do que se esteja esperando a gestante deve ir à unidade obstétrica. Mais uma vez, torna-se necessário enfatizar a importância de consultas periódicas de pré-natal e um adequado planejamento gestacional junto ao ginecologista-obstetra, medidas que diminuem a ocorrência de complicações durante a gravidez.

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