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Desejos na gravidez

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Um belo dia você acorda com uma vontade louca de comer ovo de codorna com creme de avelã, cacau e leite. No almoço, aquele jiló recheado com abóbora e carne moída parece irresistível. O dia passa e antes de dormir, você sente desejos incontroláveis de comer ... terra? Isso mesmo! Os especialistas garantem que dois terços das mulheres grávidas no mundo sofrem com desejos inusitados. Algumas adquirem repulsa por alimentos que sempre gostaram e outras passam a sentir vontade intensa de comer coisas que nunca quiseram experimentar. Fatores hormonais, liberação de substâncias prazerosas pelo alimento e aspectos emocionais estão envolvidos nesse despertar de estranhos apetites.

A vontade de comer cinzas ou reboco de parede pode ser indício de uma deficiência de zinco e cálcio. Desejo por doces pode estar relacionado à hipoglicemia (quando se fica muito tempo sem comer ou quando há um desequilíbrio no metabolismo de carboidratos) e vontade de comer algumas frutas exóticas pode significar falta de vitaminas


"Na gravidez, sobretudo, no primeiro trimestre de gestação, a mulher tem um aumento do apetite e uma mudança no paladar e no olfato que podem levá-la a sentir desejos estranhos, com os quais não estava acostumada. Ela passa a gostar de sabores que nunca apreciou e recusa pratos que antes gostava", confirma a ginecologista e obstetra do Hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro, Maria Cecília Erthal. Segundo a especialista, nesse período é comum que a gestante sinta um gosto metálico na boca e tenha vontade de comer doces, frutas ácidas e pimenta.

A universitária Raquel Gomes Sliachticas Guimarães, mãe de Gabriel, de um ano e quatro meses, sabe bem o que é isso. "Comecei a ter desejos a partir do sexto mês de gestação. Todos os dias comia angu com carne moída e desejava muito brócolis e espinafre - coisas que antes eu nem comia. Cheguei a sentir vontade de ovo de codorna com Nutella® e sempre punha mel na comida", admite. Mas os desejos estranhos também vieram acompanhados de repulsa a alimentos que antes ela gostava. "Não podia sentir o cheiro de bacon. Enjoei de quase todos os temperos e até biscoito recheado, que adorava", conta.

Jussara Zermiani Florencio, mãe de Eduarda, de um ano e oito meses, e grávida de Cristiano, começou a ter desejos antes mesmo da gravidez. "Nas duas gestações sentia uma vontade súbita de comer pinhão e logo depois descobria que estava grávida", revela. Ainda que os desejos diminuíssem com a constatação da gravidez, com quatro meses de gestação, eles retornavam com força total. "Tinha desejo de picolé de limão, dobradinha, feijoada, pastel, carne de frango ensopada, batata recheada, torresmo", enumera Jussara.

Mas o que leva a essa vontade incontrolável de se alimentar?

Causas fisiológicas

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os desejos na gravidez não são frescura feminina. Os hormônios HCG (gonadotrofina coriônica humana) e progesterona liberados durante a gestação são os maiores responsáveis pela alteração do apetite. São eles que levam a uma mudança do paladar e do pH da boca. A grávida pode começar, então, a sentir vontade de comer alimentos que não gostava e a deixar de se alimentar de suas comidas preferidas.

Além das questões hormonais, as carências nutricionais também têm relação direta com esses desejos. "A vontade de comer cinzas ou reboco de parede pode ser indício de uma deficiência de zinco e cálcio. Desejo por doces pode estar relacionado à hipoglicemia (quando se fica muito tempo sem comer ou quando há um desequilíbrio no metabolismo de carboidratos) e vontade de comer algumas frutas exóticas pode significar falta de vitaminas", explica a nutricionista Maribel Melos. E não podemos negar que comer é um ato prazeroso! Os alimentos liberam dopamina, serotonina e endorfina - substâncias que geram prazer e melhoram o humor da gestante - que pode estar abalado durante a gravidez.

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