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Descolamento prematuro de placenta

Publicado 30 Jun 2016 – 05:40 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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A placenta, durante a gestação, se fixa ao corpo uterino e se mantém fixada até o nascimento do bebê. Em algumas gravidezes, no entanto, pode ocorrer da placenta se desprender do útero, antes da expulsão do feto em 20 ou mais semanas completas. Isto por definição é conhecido como descolamento prematuro de placenta (DPP).

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O que ocorre na realidade é uma ruptura dos vasos sanguíneos que ligam o útero à placenta, causando um acúmulo de sangue entre esses dois órgãos. O sangramento pode ser pouco e ficar apenas localizado numa pequena região, ou pode ser em grande quantidade, levando a uma separação completa da placenta com o útero.

Com esta separação, as funções da placenta começam a diminuir progressivamente, prejudicando a chegada de oxigênio e nutrientes para o feto, o que pode, inclusive, levar ao óbito fetal.

Esta intercorrência obstétrica ocorre em até 1,3% de todas as gestações. Os principais sintomas relacionados com a DPP são: sangramento uterino (com perda transvaginal) e dor abdominal súbita e intensa. O sangramento pode ocorrer em diversas intensidades e até mesmo não ocorrer. Sabe-se que em até 20% dos casos de DPP não há sangramento uterino, o que não indica que o caso seja menos grave.

Alguns fatores de risco aumentam a chance de ocorrer a DPP, devendo ser identificados e acompanhados pelo médico, como por exemplo: hipertensão, amniorrexe prematura (ruptura da bolsa d´água antes do momento do parto), uso de cocaína, tabagismo, gestação múltipla, presença de miomas e ocorrência de DPP em alguma gravidez anterior.

O DPP aumenta em nove vezes a chance de óbito fetal e em quatro vezes a chance de parto prematuro. Geralmente o descolamento deve ser maior que 50% para levar o feto à morte.

Até os dias atuais, não há uma definição do verdadeiro motivo da placenta se descolar prematuramente. Algumas anormalidades vasculares poderiam estar envolvidas. Portanto, sabe-se que as síndromes hipertensivas são as condições que estão mais frequentemente associadas ao DPP.

O diagnóstico deve ser imediatamente suspeitado pelo quadro clínico, a ultrassonografia pode ajudar, mas nem sempre consegue ser eficiente. O importante é o reconhecimento imediato desta condição e avaliação da vitalidade do feto. Quando o feto ainda encontra-se vivo, a cesariana de emergência é quase sempre a conduta a ser tomada.

Após o primeiro episódio de DPP, o risco aumenta para as gestações futuras, o que indica um acompanhamento ainda mais rigoroso destas pacientes. Deve-se sempre lembrar que o acompanhamento com consultas de pré-natal periódicas e com uma gestação devidamente planejada, diminuem o risco materno-fetal em diversas ocasiões, inclusive nesta.

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