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Congelamento de células tronco

Publicado 30 Jun 2016 – 08:14 PM EDT | Atualizado 2 Abr 2018 – 01:38 PM EDT
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Que bom seria poder garantir um futuro para sempre saudável ao filhote, não é mesmo? O que antes parecia um sonho distante está mais perto da realidade. O congelamento de células tronco umbilicais feito após o nascimento promete a cura de muitas doenças que a criança possa desenvolver ao longo da vida. Desde que ocupou lugar privilegiado nas discussões públicas, a técnica praticada há mais de 40 anos ganhou adeptas brasileiras. A cantora Negra Li e as atrizes Heloísa Perissé e Nívea Stelmann fazem parte do time de mães que optaram em realizar a coleta e o armazenamento das células-tronco do cordão umbilical de seus recém-nascidos.

Não restam dúvidas de que a importância e os benefícios desta técnica começam a se tornar conhecidos. "As células tronco são células ‘mães' ou indiferenciadas, capazes de se transformar em todos os tipos de células que formam os diferentes tecidos do corpo humano. Por isso, elas são capazes de regenerar/recuperar órgãos e tecidos lesionados", afirma Carlos Alexandre Ayoub, diretor clínico do Centro de Criogenia Brasil, em São Paulo.

"A partir delas, a cura de doenças derivadas do sangue como leucemias e demais anemias torna-se possível. Além disso, a terapia celular, como é chamado este tratamento, tem apresentando resultados surpreendentes no tratamento de doenças como diabetes tipo I, cirrose, insuficiência cardíaca, infarto e chagas, traumatismo de medula, Alzheimer, Parkinson, dentre outras", enumera o especialista. Até tratamentos estéticos, reposição de tecidos lesados por quimioterapia ou radioterapia e transplante de córnea podem ser realizados com as valiosas células.

Os benefícios podem ser estendidos a toda a família e até a terceiros. "Isso ocorre pois as células tronco são células virgens, isto é, com poucas moléculas em sua membrana e, portanto, dificilmente causam rejeição", explica Lílian Piñero Eça, PhD em Biologia Molecular e consultora técnica do Banco de Cordão Umbilical Brasil (BCU), em São Paulo.

O único pré-requisito para usufruir das células tronco de outra pessoa é que haja compatibilidade genética entre doador e receptor. "Para se ter uma idéia, a probabilidade de irmãos serem perfeitamente compatíveis é de um para quatro. Isto inclui os consangüíneos, como pais e avós. A chance destas células serem utilizadas com sucesso em pessoas de sua família são muito maiores (70%) do que as de um doador sem nenhum parentesco", esclarece Carlos.


Coleta e armazenamento

Além de não ser invasivo ou oferecer riscos para mãe e bebê, o processo de coleta e armazenamento das células tronco é bem simples. "Ele leva apenas cinco minutos. Após o nascimento do bebê, o médico punciona a veia e a artéria do cordão umbilical (ainda ligado à placenta da mãe) e coleta todo o sangue para uma bolsa que será transportada para o banco de criopreservação. Lá as células tronco serão armazenadas a uma temperatura média de 180°C negativos", explica Lílian.

Segundo a especialista, o armazenamento pode ser mantido para sempre. "Atualmente, temos sangue congelado há 20 anos e sabemos que, com o avanço da tecnologia, esse tempo pode chegar ao infinito".

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