O uso de células – tronco do cordão umbilical no tratamento de doenças hematológicas foi uma das grandes descobertas da medicina. No entanto, apesar de todos os benefícios, muitas mães ainda têm diversas dúvidas. “O uso de células-tronco do cordão umbilical ainda é um assunto polêmico na atualidade, pois muitas pessoas desconhecem como são realizados os procedimentos e qual a importância para o tratamento e pesquisa de várias doenças. Por isso é importante fornecer respostas às perguntas geradas pelos pais”, diz a médica Adriana Ribeiro Homem, responsável técnica do maior banco de células-tronco de cordão umbilical da América Latina.
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Coleta de células-tronco: como funciona
A médica explica que o procedimento de coleta do sangue do cordão umbilical é seguro e completamente indolor tanto para mãe quanto para o bebê e não interfere em nada na hora do parto.
Assim que a criança nasce, o cordão umbilical é cortado e o sangue coletado é colocado dentro de uma bolsa de coleta de sangue. Essa bolsa é enviada para o laboratório onde as células-tronco serão separadas e, posteriormente, armazenadas. “Após o médico cortar o cordão umbilical, o bebê vai para os procedimentos habituais e a coleta é realizada em cerca de 5 minutos, retirando o sangue que ficou no resto do cordão e na placenta”, explica.
Vantagens de se guardar as células-tronco
Segundo a médica, ao guardar as células-tronco o bebê possui a garantia de que terá 100% de compatibilidade e utilização imediata no caso de necessitar de um transplante usando estas células. “Hoje em dia podem ser usadas células-tronco dos próprios órgãos, gordura, pele e dentes. Mas uma das vantagens em usar as células-tronco do cordão umbilical coletadas no momento do nascimento é que elas são consideradas “virgens”, pois não sofreram nenhum tipo de influência do meio externo, como medicamentos, estresse e outras, além de ser uma das áreas da medicina em que as pesquisas mais evoluem, ou seja, certamente novas aplicações surgirão ao longo do tempo”, afirma.
Graças à tecnologia utilizada atualmente, as células-tronco podem ficar armazenadas por tempo indeterminado. As primeiras células-tronco coletadas e criopreservadas já têm 23 anos e estão aptas para utilização.
Doenças tratadas com células-tronco
Atualmente existem mais de 80 doenças tratáveis com as células-tronco do cordão umbilical. Dentre elas é possível citar anemias, leucemias, linfomas, talassemia, doenças linfoproliferativas e doenças mieloprofilativas. Há ainda mais de 200 outras doenças em estudos com grandes resultados.
Células-tronco de prematuros e em partos de emergência
O procedimento pode ser realizado a partir de 32 semanas de gestação, conforme descrito na legislação que rege o funcionamento dos bancos de cordão umbilical e placentário.
No caso dos partos de emergência, em todas as cidades que possuem um escritório de coleta há enfermeiros treinados que ficam de plantão 24h. O médico que fará o parto também pode recolher as células-tronco. O procedimento de coleta é simples podendo ser facilmente executado pelo médico assistente.